domingo, maio 28, 2006


PROFESSORES VÃO SER AVALIADOS PELOS ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO DOS ALUNOS

O Ministério da Educação apresentou as propostas de alteração ao Estatuto da Carreira Docente, entre as quais se inclui a possibilidade de os pais ou encarregados de educação individualmente fazerem uma avaliação do trabalho dos professores que dão aulas aos seus filhos. Esta avaliação será depois tida em conta, juntamente com a do conjunto da comunidade educativa, para a progressão na carreira
Uma medida par a qual a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e a Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE), duas das principais estruturas sindicais do sector, manifestaram-se, já, contra.
Paulo Sucena, secretário-geral da Frenprof , afirmou que, os pais “não têm competência científica” para tal e a proposta “desvaloriza a profissão de docente”.
O dirigente da Federação disse ainda que “A profissão de docente é extremamente complexa do ponto de vista técnico-científico e não pode ser alvo de avaliação por parte dos pais, porque esta é uma área para que não estão habilitados. É o mesmo que passarem a avaliar qualquer outra profissão”.

Que os professores não concordem com esta medida, estão no seu pleno direito. Contudo, considerar os encarregados de educação dos alunos de “falta de competência cientifica” e de que a sua opinião é uma “desvalorização para a classe”, isto só pode querer dizer uma coisa: -Não se pode mexer no feudo dos senhores professores porque consideram-se estarem acima de tudo e de todos.
Todos nós somos avaliados por alguém.
Sem pretender fazer qualquer tipo de comparações – não vá os senhores(as) professores ficarem ofendidos - quando vamos a uma loja comprar seja o que for, intuitivamente, também estamos a avaliar o profissionalismo de quem nos atende. E podemos não ter competência científica para avaliar o desempenho do vendedor(a).
Os senhores professores (alguns) ainda não perceberam que a sua classe não está acima de todos e de tudo.
Os senhores professores têm uma profissão tão responsável como qualquer outra e que, por isso, têm de ser avaliados como todos nós o somos nas mais variadas vertentes.
Não podem ser uma classe aparte onde a sua avaliação, e progressão de carreiras, está dependente meramente dos circuitos internos inerente à profissão.
E não pense o leitor de que, concordando com estas normas agora impostas pelo Ministério da Educação, eu – pessoalmente – tenha qualquer interesse nisso. É que já não tenho filhos em idade escolar…
Manuel Abrantes

Comentários:
E o que acha dos que vão à escola bater nos professores porque eles ralharam aos filhinhos? A opinião deles também conta?
 
Considero esta medida muito inteligente e só peca por tardia.
Mas o que é que deu ao governo do Sócrates esta semana?
Duas medidas inteligentes. As Farmácias e agora esta.
Perdeu a cabeça.
 
Discordo, desta vez. Creio que muitos pais não saberão fazer uma análise dos professores que não ceda àquilo que pensam dos professores, através das informações dos filhos.

Há sempre casos de alunos que têm comportamentos valorosos em casa, mas que na escola, por influência do contacto com os colegas, infrigem as normas estabelecidas. Após a punição, contam aos pais o sucedido como uma inimizade dos professores em relação a si próprios, e não como tudo aconteceu de facto.

Concordaria com a medida, se, utopicamente, os pais soubessem tudo o que se passa na escola. Como isso é praticamente impossível, não o faço.

São esferas diferentes, as da Família e da Escola. Não se podem educar filhos dando-lhes a sensação que sempre serão protegidos, na sua vivência social, que é definida a partir da escola.

Mas concordo com uma avaliação mais eficiente dos professores. Muitos não têm as qualidades necessárias ao desempenho da sua profissão.
 
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