quarta-feira, fevereiro 28, 2007


QUE CADA GRÁVIDA RECEBA VALOR IGUAL AO QUE SE IRÁ GASTAR COM CADA ABORTO



Movimento que participaram no referendo ao aborto e defensores do Não, reunidos em Vagos na semana passada, reclamam que o Governo gaste, por cada aborto, o mesmo e mais um euro no apoio à maternidade.
Os movimentos pretendem que seja dado a cada grávida um valor igual ao que o Estado pagará por cada aborto, acrescido simbolicamente de um euro
Os movimentos, agregados na Federação Portuguesa pela Vida, reclamam ainda um aumento para 80 por cento da percentagem de financiamento às instituições que acolhem mulheres grávidas e crianças em dificuldade e o financiamento a 75 por cento dos Centros de Apoio à Vida.

As posições assumidas pelos defensores “pela Vida” são bastante oportunas e dignas de todo o apoio.
A luta “pela Vida” não pode ter acabado na noite do referendo. Há todo um caminho a trilhar e uma luta a travar. Quem defendeu, e defende, o direito à vida tem, agora, a oportunidade de mostrar que a sua linha de pensamento não era, nem nunca foi, uma mera retórica de mais ou menos votos.
O silêncio sobre o tema só pode ser apanágio de cobardia de pensamento. Urge não dar tréguas aos abortistas e aos fazedores de leis contra os mais elementares princípios humanos. Urge arregaçar as mangas para mais uma luta que se avizinha.
Se acreditamos nos nossos princípios, não podemos cair no marasmo do “deixa andar”. Somos gente de princípios. Não podemos, nem devemos, trairmo-nos a nós mesmo.
Claro que estou a referir-me aos Nacionalista. Os outros – esses – já nos habituaram que os seus princípios não passam de meros jogos do “ agora ganhas tu, depois ganho eu”.
É essa a diferença entre nós e eles.
Manuel Abrantes

segunda-feira, fevereiro 26, 2007


SEGURANÇA SOCIAL COM NÚMERO DE CONTRIBUÍNTES EM QUEDA LIVRE


Segundo os últimos dados do Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social o número de trabalhadores a descontar para a Segurança Social desceu acentuadamente.
Segundo o Ministério, em Outubro do último ano, estavam inscritas como pessoas singulares na Segurança Social com remuneração declarada e contribuições pagas: 3.418.701. Em Janeiro do mesmo ano estavam inscritas 3.526.180 pessoas. Uma quebra de mais de cem mil pessoas.
Para começar a entender onde está o “buraco” podemos dizer que em Espanha, na Segurança Social espanhola, em Janeiro deste ano, estavam inscritos 72.349 portugueses. E, se acrescentarmos, os que estão no país vizinho sem estarem inscritos da Segurança Social espanhola, o número é ainda maior.
A diferença apontada pelo Ministério resume-se, apenas, aos últimos meses do ano anterior. Era “politicamente correcto” que o Ministério desse os números anos a ano para mostrar as discrepâncias. Três meses não mostram a realidade da situação. Mas, se cem mil foi a queda em apenas três meses, tiremos daí as ilações para a gravidade da situação.
Manuel Abrantes

sexta-feira, fevereiro 23, 2007


ALTERAÇÕES AO CÓDIGO PENAL NO COMBATE Á CORRUPÇÃO
PLENÁRIO ÁS MOSCAS
AUSÊNCIA DO GOVERNO


A Assembleia da República tinha, ontem, como ponto alto da agenda de trabalhos a discussão na generalidade de 14 projectos de lei sobre alterações ao Código Penal no que diz respeito ao crime de corrupção.
Por parte do Governo a ausência de qualquer membro foi a nota dominante, muito especialmente do ministro da Justiça. Isto, para acrescentar que a “discussão” terminou cerca de 30 minutos antes do previsto, chegaram a estar presentes apenas 50 deputados de um total de 230.
E era quinta-feira… Ou será que o fim-de-semana já inclui a sexta?
Os deputados da oposição (poucos…) não deixaram de salientar que do Governo nem proposta de lei, nem tão-pouco a presença do senhor ministro da Justiça. “Ficamos assim a saber que, nesta área, aos costumes nada dizem”, acrescentou Nuno Magalhães do CDS/PP.

Por aqui podemos analisar a importância que o Governo dá no combate à corrupção. O Governo e não só. As ausências em todas as bancadas parlamentares é sinónimo de uma falta de interesse nestes assuntos.
Porque será ?
Manuel Abrantes

quinta-feira, fevereiro 22, 2007


ENCERRAMENTO DOS SERVIÇOS DE URGÊNCIAS
PROTESTO DE NORTE A SUL

O ministro da Saúde, Correia de Campos e o Governo, parecem estar completamente cegos, surdos e mudos aos protestos das populações de Valença, Chaves, Alto Tâmega e das cidades de Vendas Novas e na ribeirinha Montijo, contra o encerramento das unidades da rede de urgências.
São, já, milhares os que protestam encerrando pontes e estradas contra a prepotência do ministro e do Governo.
A rede de urgências não deveria ser anunciada sem haver respostas alternativas no terreno. Esta é que é a verdade !
As populações não possuem meios de transportes para se deslocarem de urgência para distâncias de dezenas de quilómetros.
O ministro e o Governo nem sequer equacionaram o problema. Foi encerrar, e as populações que se desenrasquem como quiserem. Nem equacionaram a hipótese de uma rede de transportes de emergência adequada e cuidados primários reorganizados e articulados com os hospitalares. Nada!!!
-Quero, posso e mando!
Como dizia um dos cartazes de protesto em Chaves: “Senhores ministros, tirem-nos tudo e venham morar para este paraíso". O próprio presidente da Câmara de Chaves salientou, em dado momento, que “a população de algumas localidades já fica actualmente a mais de 45 minutos de distância da urgência e que a que separa esta cidade de Vila Real é superior a 70 quilómetros", mesmo depois da abertura da auto-estrada”.
Como disse um dos manifestantes de Chaves "Se tiver de morrer a caminho do hospital morro em Verín (Espanha), que é aqui mais perto".
È assim mesmo sr. Ministro. Já que mandamos os portugueses nascer em Espanha (Badajoz) também podem morrer em Verín no país vizinho.
Manuel Abrantes

quarta-feira, fevereiro 21, 2007


DA DEMAGOGIA DO GOVERNO
À REALIDADE DOS NÚMEROS


Portugal, segundo o Eurostat, já foi ultrapassado por três dos novos membros no PIB per capita em toda a Comunidade Europeia.
O Chipre, Eslovénia e República Checa já ultrapassaram Portugal no Produto Interno Bruto.
Portugal estava em 2004 com 74,8 por cento no PIB per capita enquanto o Chipre tinha um PIB de 91,4%, a Eslovénia de 83,3% e a República Checa com 75,2%. O quarto destes novos Estados-membros, Malta, está prestes a ultrapassar Portugal, com um PIB de 74,4%.
Segundo o relatório da Eurostat Portugal situa-se no no 18.º lugar a nível europeu, abaixo de todos os 15 membros mais antigos.
No nosso País, a nível de regiões, Lisboa é a única região portuguesa com um PIB per capita superior à média europeia em 5,4 pontos percentuais. O Algarve e a Madeira estão perto de alcançar a média, mas as restantes regiões ficam ainda entre as mais pobres da Europa.
Segundo, também, um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a taxa de crescimento média nos 30 Estados-membros quase duplicou no ano passado. Os dados revelam também que a Zona Euro cresceu no quarto trimestre do ano passado ao mesmo ritmo que os Estados Unidos. Para nós, e muito especialmente para Sócrates, a nossa taxa de crescimento não ser negativa já é óptimo.

Perante todos este números -que o Governo esconde - só nos resta perguntar :- Afinal estamos melhor em quê?
Só se for nas jogatinas politicas ?
Manuel Abrantes

terça-feira, fevereiro 20, 2007




A RESPOSTA DA “VELHA” RAPOSA ÀS COELHINHAS DOS PLAYBOYS DA POLÍTICA DO QUERO POSSO E MANDO
A “velha” raposa política da Madeira acaba de dar um golpe nos seus delatores políticos que tudo fizeram, nos últimos tempos, para denegrir a imagem política de Alberto João Jardim e do Governo Regional da Madeira.
É a “oportunidade para mostrarem ao País e ao Mundo, através do direito de voto de cada um, que repudiam a maldade e injustiça feitas contra cada um de nós, contra todos nós, seja qual for o partido em que cada um votou”, disse Jardim, para acrescentar que “ao me demitir, provo não estar agarrado ao poder, coloco-me nas mãos do povo. Mas ao me recandidatar à liderança do Governo Regional, demonstro que não fujo nem abandono quando as circunstâncias estão insuportavelmente mais difíceis”.
Jardim acusou as "violações" da Lei Fundamental, do Estatuto Político-Administrativo, ou seja, "os direitos de cada um dos madeirense" vítimas do "poder de Lisboa" que, com "a cumplicidade e a traição de socialistas locais, publicou a lei de finanças regionais", a "lei pérfida".
Alberto João, ao longo dos últimos meses, já tinha denunciado que "subtraindo-nos assim, pelo menos até 2014, à volta de 450 milhões de euros" o Governo de Lisboa tinha bloqueado todo o Programa do Governo Regional para o seu mandato.

Podem acusa-lo de tudo! Mas, há algo que o não conseguem fazer: de uma das zonas mais pobres de Portugal, os governos de Jardim conseguiram transformar a Madeira, nos últimos 30 anos, na segunda região mais rica do País. E, isto, só quer dizer uma coisa: os dinheiros foram bem aplicados.
Há uma verdade imensurável: Lisboa é a única região portuguesa com um PIB per capita superior à média europeia em 5,4 pontos percentuais. O Algarve e a Madeira estão perto de alcançar a média, mas as restantes regiões ficam ainda entre as mais pobres da Europa. A Madeira é a segunda região mais “rica” com um PIB per capita de 98,8 %“. Só Lisboa ultrapassa com 105,8 % do PIB. E, isto, são os dados oficiais da tabela do Eurostat.

Os ataques socialistas (e não só) à gestão “ruinosa “ de Jardim estão bem patente nos números.
Posso não concordar com todas as politicas e na forma de aplicação dos dinheiros públicos dos governo do Alberto João, mas tenho (temos !!!) de reconhecer que os números da realidade são indiscutíveis.
Sócrates confundiu, e confunde, o poder que os eleitores lhe deram no Continente para governar, com os interesses partidários do seu PS.
O Governo Socialista nunca contou com a hipótese de uma resposta deste tipo aos seus ataques ao Governo Regional e, muito especialmente, à figura política de Alberto João Jardim.
Sócrates não aprende que “quem semeia ventos colhe tempestades”. E pensa que a “inteligência politica” mora, apenas, no Largo do Rato.
Manuel Abrantes

segunda-feira, fevereiro 19, 2007


IGREJA CATÓLICA
CONSIDERA O RESULTADO DO REFERENDO AO ABORTO COMO UM SINAL DE MUTAÇÃO CULTURAL

A Conferência Episcopal Portuguesa, no final da assembleia plenária extraordinária, classifica o resultado favorável do Sim no Referendo ao Aborto como um “sinal de uma acentuada mutação cultural no povo português”, em resultado de uma “mediatização globalizada”.
Para a Igreja, o “individualismo no uso da liberdade” como maneira de pensar imposta por sucessivas políticas e a critica ao ensino por “lacunas na formação da inteligência”, já que o sistema educativo não prepara os alunos para se interrogarem sobre o sentido da vida e as questões primordiais do ser humano, foram as grande linhas do grito de alerta.
Os bispos lembram, ainda, na nota pastoral, que “o facto de o aborto passar a ser legal, não o torna moralmente legítimo”, acrescentando que o aborto continua a ser um pecado grave”, por não cumprir o mandamento “não matarás”.
Para a Igreja “o debate do referendo esteve centrado na justeza de um projecto de lei que, ao procurar despenalizar, acaba por legalizar o aborto”.
Numa nota dirigida aos médicos e a outros profissionais de saúde os Bispos apelam para “não hesitarem em recorrer ao estatuto de “objectores de consciência” que a lei lhes garante”.
As posições assumidas pela Igreja Católica podem ser o mote para que a questão do aborto não morra com a aprovação de uma lei. Acima de todas as leis do homem está a Lei de DEUS. Este, terá de ser o combate que todos os católicos terão de enfrentar.
O silêncio, o esquecimento e a conivência com o politicamente correcto, não podem ser apanágio de todos aqueles que fazem da Lei de DEUS a sua Lei Suprema.
Manuel Abrantes

sábado, fevereiro 17, 2007


CASAMENTO ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO
OUTRA VEZ NA ORDEM DO DIA

A Juventude Socialista vai voltar a apresentar o seu projecto de lei para que o casamento de homossexuais seja legalizado em Portugal.
O líder da organização dos jovens “rosinhas”, Pedro Nuno Santos, disse ao Jornal de Notícias que este "foi um compromisso assumido pela JS" há um ano. Segundo o jovem socialista “foi exactamente a 15 de Fevereiro de 2006, que os deputados e direcção da estrutura socialista se comprometeram a só retomar esta iniciativa depois do referendo ao aborto”.
Para o socialista "a interrupção voluntária da gravidez e o casamento entre pessoas do mesmo sexo são temas diferentes. O único ponto em comum é a resistência de uma parte mais conservadora da sociedade, mas achamos que Portugal tem de avançar nestas matérias".

Mais nada! “Portugal tem de avançar nestas matérias” quer queira ou não. Assim estipula as jovens (???) rosas socialistas.
Isto, ou vai ou racha! O aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo a eutanásia e tudo o mais que vier de forma a desfazer todos os alicerces da sociedade portuguesa tradicional.
Tudo muito depressa, antes que venham por aí esses reaccionários e desmancha - prazeres dos Nacionalistas para estragar os caminhos das “amplas liberdades (???)” e do “politicamente correcto”.
Manuel Abrantes

sexta-feira, fevereiro 16, 2007


A GLÓRIA (???) NO DÉFICE
A DERROCADA NO DESEMPREGO


Com o Governo a congratular-se com o anúncio do défice abaixo dos 4,6 por cento, o Instituto Nacional de Estatística anunciou um forte crescimento do desemprego no último trimestre de 2006.
De 7,4% no terceiro trimestre, a taxa de desemprego passou para 8,2% no final do ano. A mais alta taxa dos últimos 20 anos.
São, segundo o Instituto, 458 mil os portugueses que no final de 2006 estavam sem trabalho. Metade está à procura de emprego há mais de 12 meses e cerca de 140 mil já o fazem há dois anos.
Para analisarmos melhor a situação podemos acrescentar que na zona Norte o desemprego situa-se em 9 %, enquanto na zona Centro está em 6 % e na zona de Lisboa a taxa está nos 9 %. No Alentejo, a mais alta taxa em todo o País, situa-se nos 9.4%, enquanto no Algarve o desemprego está nos 5.9 %. Nos Açores, a percentagem é de 4.4 % e na Madeira com 5.1 %.

Nas questões do défice e do desemprego podemos assim constatar as preocupações do Governo com o défice, para agradar aos patrões de Bruxelas, enquanto as taxas de desemprego sobem assustadoramente. È que, para o capitalismo selvagem, altas taxas de desemprego são sinónimos de mão-de-obra mais barata.
Seria a isto o que o ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, se referia no encontro com o capitalismo ( ou será novo comunismo ?) chinês ?
Ficam as dúvidas
Manuel Abrantes

quinta-feira, fevereiro 15, 2007


A DISPARIDADE DOS NÚMEROS…

Num encontro promovido pelo Club Financeiro de Vigo (Galiza), que contou com a presença de empresários portugueses e galegos, foi focado que o custo de mão-de-obra operário do norte do País é inferior em 45 % em relação à Galiza.
Para além dos custos de mão-de-obra o preço dos terrenos industriais é três vezes inferior ao praticado naquela região espanhola.Perante este números o jornal galego, La Voz de Galicia, acrescenta numa das suas edições que existem 40 mil portugueses a trabalhar diariamente na comunidade galega, sendo que 20 mil são já residentes. O periódico galego não se fica por aqui ao acrescentar que são já cerca de 300 as empresas galegas a operar no Norte e, em contrapartida, só existem 60 empresas lusitanas com presença naquele mercado.
Para os “iberistas confessos” estes números são-lhe como “mel na sopa”. Para quem nada tem contra os espanhóis, mas que assume o orgulho nacional, estes números só podem deixar preocupações. Preocupações e não só. Quando a nossa economia apresenta caminhos de total dependência estrangeira é ficarmos atados de pés e mãos aos interesses de gente que nada tem a ver os reais interesse nacionais.
A total dependência da nossa economia ao capitalismo globalizante e as sucessivas políticas de sujeição aos interesses dos “donos e senhores do mundo”, conduziram-nos a uma dependência exterior
Não somos - os Nacionalistas – partidários do “orgulhosamente sós”. Mas, somos partidários do “orgulhosamente”. O orgulho em poder olhar para tudo e para todos, não por cima, mas de olhos nos olhos e de igual para igual.
Somos retrógrados por isso ? Se isso é ser retrógrado…
Manuel Abrantes

quarta-feira, fevereiro 14, 2007


COMISSÃO EUROPEIA ACUSA PORTUGAL DE FALHAS NO RELACIONAMENTO COM MINORIAS ÉTNICAS

Foto: O que o navegador está a dizer aos que estão em terra: - Estimados senhores das minorias étnicas
No início da semana um relatório da Comissão Europeia Contra o Racismo e a Intolerância (ECRI) apontava falhas no relacionamento com as minorias étnicas em Portugal, especialmente por parte da GNR e PSP.
Na segunda-feira, um responsável dessa Comissão Europeia afirmou, durante a apresentação do terceiro relatório daquele órgão, que as forças da lei em Portugal tinham por vezes comportamentos que não "deveriam existir em democracia", devido a falta de formação e sensibilização para os problemas raciais.
O porta-voz da GNR, tenente Costa Cabral, em declarações à agência Lusa, garantiu que há indicações na Guarda para "nunca fazer uma diferenciação relativa a raça" ou qualquer outro tipo de característica que "possa incentivar que certas comunidades sejam discriminadas ou apontadas como autores de crimes". O representante da força policial acrescentou também que, relativamente às recomendações sobre a necessidade de maior formação para uma sensibilização às questões raciais, "este tipo de formação já consta da instrução dos militares da GNR".
Por sua vez Hipólito Cunha, porta-voz da PSP, disse, também, à agência noticiosa que as recomendações expressas no relatório da ECRI "não estão à margem daquilo que já é feito e praticado diariamente”.

Estas comissões europeias, ou nacionais, quando falam em racismo e descriminação apontam sempre num único sentido. È sempre o “racismo” imposto pelas, ditas, maiorias ou pelas forças policiais. Mas, nunca, apontam a arrogância racista – essa sim ! – de grande parte dessa gente a quem lhe deram (eu não…) o nome de minorias.
Para mim, numa sociedade, só é descriminado pela cor da pele - ou seja pelo que for - todos aqueles que não se integram e que preferem, até por interesses económicos (subsídios), manterem-se na condição de minoria.
Uma sociedade é uma sociedade. Só existem “minorias” porque uma minoria assim o quer e entende.
Manuel Abrantes

terça-feira, fevereiro 13, 2007


OS ABUTRES

Segundo a imprensa de hoje o resultado do referendo sobre o aborto veio aumentar o interesse das clínicas estrangeiras em Portugal. O que não é novidade nenhuma… Qual abutre à espera da presa.
A primeira clínica estrangeira a abrir, já em Março em Lisboa, deverá ser a espanhola Los Arcos, com sede em Badajoz. O espaço "está na última fase de construção" e será "uma clínica de cirurgia em ambulatório com profissionais portugueses para mulheres portuguesas", afirmou a responsável Yolanda Hernandez Dominguez à Lusa
O negócio está em marcha. È um negócio que se calcula em 9 milhões de euros/ano.
Os números são fáceis de se calcular: baseando-nos que um aborto em Espanha custa 450 euros e que, segundo dados divulgados pelo ministro da Saúde Correia de Campos, em Portugal se fazem 20.000 abortos/ano, o valor situa-se nos 9 milhões de euros/ano.

Um negócio que só resta perguntar quem é que o vai pagar.
José Sócrates já se pronunciou que a nova lei será muito próxima da que existe na Alemanha. Resta-nos dizer que, na Alemanha, o aborto é até às 12 semanas e os custos ficam a cargo do Estado quando os utentes provam que não têm meios financeiros. Ora, todos nos lembramos que o ministro Correia de Campos já afirmou que os custos serão suportados, na integra, pela Segurança Social. Ou seja, com o dinheiro dos contribuintes.
E já que queremos – assim consta – copiar o exemplo alemão, resta-nos dizer que só em Berlim existem 61 centros de aconselhamento a grávidas embora estejam também vocacionados para consultas de planeamento familiar e aconselhamento sexual. Isto já não contando que, e também só na cidade de Berlim, existem mais de quatro mil instituições de carácter social, tanto estatais como não-governamentais apoiadas por privados.

Actualmente o que se discute é a rapidez na aprovação da nova Lei. Não vejo ninguém a discutir e a exigir a rapidez nos meios.
O primeiro-ministro fala “à boca cheia” sobre períodos de reflexão, de aconselhamento, etc, etc. Mas, se não existirem os meios e a celeridade nos processos lá se vão as dez semanas e o convite ao aborto clandestino.
Já que gostam tanto de exemplos podemos dizer que no caso da França, e por falta de rapidez nas decisões, milhares de francesas recorriam à Bélgica para abortar.
È que fazer leis muito bonitas e “politicamente correctas” somos especialistas nisso. Depois não temos os meios necessários para as aplicar e a nossa lentidão burocrática é um dos nossos símbolos.
Parlamentarmente somos muito bons. Só não sabemos, depois, criar os meios necessários para aplicar-mos tudo aquilo que decretamos.
Se calhar é mentira o que estou a dizer…
Manuel Abrantes

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

POLITICAMENTE ACEITÁVEL

Esta politica das “amplas liberdades” possui um manancial de frases feitas para justificar tudo o que têm dificuldade em justificar.
É o caso de, no Referendo ao Aborto, não ter existido mais de cinquenta por cento de participação de eleitores, tal como a Lei exige para que seja vinculativo.
Não pretendo defender que, com estes resultados, a vitória de Sim não tenha sido expressiva da vontade popular. Para mim, a vontade da maioria dos votantes foi clara.
A questão que coloco reside em que, se os resultados tivessem sido ao contrário, os defensores do aborto também os entenderiam com “politicamente aceitáveis”.
Essa é, e será sempre, uma das minhas dúvidas.
Estes “politicamente correctos” são useiros e vezeiros na procura de frases para se justificar quando rasgam as leis que, eles próprios, fizeram. E, este exemplo só vem – e mais uma vez – provar que grande parte das leis feitas e elaboradas por eles apontam sempre no sentido das suas conveniências politico-partidárias.
Manuel Abrante

domingo, fevereiro 11, 2007

REFERENDO – Noticias às 22-10

AOS NACIONALISTAS
Ia acabar com este “directo” com a frase : “chegou a fim!”. Mas não. A luta continua. As convicções dos Nacionalistas não devem se suprimidas com este resultado. Bem antes pelo contrário.
Nem todos tivemos posições unânimes. Mas todos fomos unânimes no Sim à vida.
Vamos, agora, falar no mesmo tom na luta que se avizinha.
A diferença entre nós e os “politicamente correctos” é que não baixamos os braços. Somos gente de convicções e com princípios.
Não nos calaremos!!!
O direito à vida não acaba aqui. Somos Nacionalistas.
Mais do que os resultados de qualquer votação estão os nossos princípios e ideais. Respeitamos os resultados assumindo as nossas convicções.
Manuel Abrantes

REFERENDO – Noticias às 21-50

Pela necessidade de rapidez em colocar online existem alguns erros. Peço desculpa. Mas… Tentei fazer o melhor

REFERENDO – Noticias às 21-35

O mais incrível é que quase todos os comentadores partidários do Sim assumem, AGORA, que o aborto clandestino vai continuar a existir, mesmo depois da alteração da Lei.
Eles não disseram isso na campanha. Bem antes pelo contrário.
E o ministro da Saúde já se retirou no debate da SIC.Chegou a hora da verdade. As questões já começa a ficar sem respostas

REFERENDO – Noticias às 21-35
Yolanda Hernadez da Clínica espanhola do Arcos congratula-se com o resultado do Referendo em Portugal.
Parabéns ganhas-te

REFERENDO – Noticias às 21-25

Resultado quando faltam apurar apenas 34 freguesias
Sim 59,2 %
Não 40,8 %
Abstenção 56,3 %

REFERENDO – Noticias às 21-20

Eu como sou chato volto a colocar as mesmas perguntas que sempre coloquei:

Onde, como e por quem é que vão ser executados os abortos até às 10 semanas ?Quem, e em que moldes, é que controla o prazo estabelecido ?
Os Hospitais têm, ou não, capacidade de resposta para a execução destas práticas?Se não o têm ( o que é o mais certo) quem, e onde, é que vão ser executadas as acções da interrupção voluntária da gravidez ?
Quem é que controla a qualidade das clínicas privadas nas práticas abortista ?
Quem é que define que esta, ou aquela, mulher vai para tal clínica privada?Quem é que assume os custos ?
Se os custos forem pagos pela Segurança Social – como o ministro da Saúde já o afirmou – quantas vezes é que uma mulher pode recorrer a esse tipo de serviços?Uma mulher casada pode abortar contra a vontade do marido ou companheiro ?

REFERENDO – Noticias às 21-15

Para José Sócrates “ o povo falou de forma clara” e que a nova Lei dever ser “discutida e aprovada na Assembleia da República”.
“Os resultados são inequívocos” e todos saímos a ganhar: “os portugueses e a democracia”Nisso o primeiro-ministro tem razão. Os que não vão nascer que se lixem

REFERENDO – Noticias às 18-55

O Sim ganhou que se lixe os 56,8 % de abstenção.
Agora, já, é vinculativo.

A Lei do Referendo já não serve.

REFERENDO – Noticias às 18-51
Alguém se lembra que no Referendo de 1998, nesta fase os comentadores sempre realçaram, a não participação de mais de 50 % dos eleitores para que o acto não fosse vinculativo?
Os mesmo ( ou outros) agora nem sequer falam nisso.
È um facto consumado com a vitória do Sim.

Cada vez adora mais estes democratas.

REFERENDO – Noticias às 18-45

Faltam apurar apenas 450 freguesias
Resultados
Sim 58.1 %
Não 41,4 %
Abstenção 57 %.

REFERENDO – Noticias às 18-40

Marque Mendes acaba de dizer que o País “está dividido” e que deve ser aplicado neste Referendo “o mesmo principio e os mesmos critérios “ que foram aplicados no Referendo anterior.
Os resultados não são, juridicamente vinculativos.

REFERENDO – Noticias às 18-36

Para Jorge Coelho “a sociedade portuguesa ganhou maturidade”.

Claro que o Não tivesse ganho era imaturo.
Grandes democratas!!!

REFERENDO – Noticias às 18-26

O líder bloquista dizsse que o “País fica vinculado a esta decisão”

Grandes democratas : - E a abstenção com mais de 50 % foi para o lixo.
Isso não aconteceu em 1998

REFERENDO – Noticias às 18-26
Alberto Costa, ministro da Justiça, acaba de dizer que Portugal “tem agora meios para encontrar a legislação para a dignidade da mulher”.
O ministro da Saúde disse que Serviço Nacional de Saúde está em condições para confirmar o que os portugueses querem.

REFERENDO – Noticias às 18-26
Alberto Costa, ministro da Justiça, acaba de dizer que Portugal “tem agora meios para encontrar a legislação para a dignidade da mulher”.
O ministro da Saúde disse que Serviço Nacional de Saúde está em condições para confirmar o que os portugueses querem.

REFERENDO – Noticias às 20. 20

Todos os dados revelam que o Sim ganhou. E agora é ou não vinculativo.
Os partidários do Sim dão como facto consumado a aborto livre até às 10 semanas

REFERENDO – Noticias às 2015

DADOS DO STAPE

SIM – 55,4 %
NÃO – 44.6 %
ABSTENÇÃO – 58.1 %

REFERENDO – Noticias às 20.15

Primeiras projecções:
TVI – Sim – 53,4
Não – 445,6
Abstenção – 54,6 a 57, 4
Segundo uma representante do Sim “estão criadas as bases para que todas as mulheres tenham acompanhamento médico” e que “Portugal junta-se a outros países”

Começa a ser claro que o número de participantes não conta para este Refrendo. O Sim ganhou

REFERENDO – Noticias às 20.03

Primeiras projecções:
SIC – Sim – 58 a 61,8 %
Não – 38,2 a 42 %
Abstenção – 54,6 a 57, 4

REFERENDO – Noticias às 18-57

Maria José Nogueira Pinto acaba de afirmar que houve mais participação partidária no Sim do que no Não considerando, também, que “não faz sentido o envolvimento partidários” nos Referendos .

REFERENDO – Noticias às 18-57

Maria José Nogueira Pinto acaba de afirmar que houve mais participação partidária no Sim do que no Não considerando, também, que “não faz sentido o envolvimento partidários” nos Referendos .

REFERENDO – Noticias às 18-45
Novas projecções da abstenção dão 55 a 57 %.

REFERENDO – Noticias às 18-00

Segundo a Comissão Nacional de Eleições as estimativas da participação no Referendo situam-se no 60 %.
Uma abstenção superior ao Referendo de Junho de 98.

REFERENDO – Noticias às 11-30

Populares de Viegas, Freguesia de Alcanede no Concelho de Santarém, boicotaram o acto eleitoral colocando cadeados na porta da Escola onde se encontravam as urnas.
As urnas foram abertas depois da chegada da GNR.
Os populares protestam pelo facto do Plano Director Municipal não permitir construção na área.
Seis freguesias de Pedras Salgadas (Vila Pouca de Aguiar), boicotaram a votação como protesto pelo encerramento do posto da GNR.

sábado, fevereiro 10, 2007

Aos Leitores:
Como devem perceber, até ao final do fecho das urnas, os comentários só serão permitidos a visitantes registados
Manuel Abrantes


TODOS ÀS URNAS

Claro que, neste dia de reflexão, não farei nenhum apelo ao voto. Mas, não deixo de fazer o apelo à participação, amanhã, nas urnas.
Após toda a discussão sobre o assunto não acredito nos chamados indecisos. Ou não ligaram nenhuma ao problema ou estiveram mais interessados em telenovelas e futebóis.
Neste Referendo, a participação dos eleitores não é meramente um dever cívico. È mais do que isso. Não é, meramente, um sim ou um não. Está em causa o nascimento, ou não, de seres humanos e da nova geração de Portugueses. Está em causa a vida!
Participar no Referendo de amanhã é mais do que um dever cívico. È um dever de consciência.
Todos ao voto!!!

“Estado Novo”, dentro das suas limitações, vai, a partir do encerramento das urnas, publicar in-loco os seus comentários aos acontecimentos. Isto permite, também, aos leitores publicarem, de imediato, as suas opiniões e reacções.
Será um directo.
Manuel Abrantes

sexta-feira, fevereiro 09, 2007


DO PRESIDENTE DOS NACIONALISTAS PARA TODOS OS PORTUGUESES
A mensagem do Presidente do Partido Nacional Renovador, José Pinto-Coelho, a todos os Portugueses:
No dia 11 de Fevereiro, mais do que a resposta a uma simples pergunta enganosa, aparentemente ingénua, está uma etapa na luta entre a civilização e a selvajaria: entre a cultura de Vida e a cultura de morte.

Para lá dos argumentos e razões de parte a parte – de ordem moral, ética, religiosa, sanitária, jurídica.. - muitos dos quais válidos e bem esgrimidos nos dois lados, está em jogo um verdadeiro choque de mentalidades, de filosofias de vida e de hierarquia de valores.

O meu voto é "Não"! E apelo aos Nacionalistas que votem também "Não" neste combate à cultura de morte da esquerda (com a cumplicidade da direita frouxa no parlamento) que defende e promove tudo o que é perverso e destrutivo, ainda que apoiados em alguns argumentos válidos... Por isso, não se deixem enganar e seduzir por falsas questões.
São esses mesmos esquerdistas, que se agarram sistematicamente à ciência para "justificarem" tudo, como por exemplo, a homossexualidade, "convertendo-a" de anormalidade em mera "orientação sexual"... Contudo, no caso do aborto, fazem tábua rasa da ciência, fazem vista grossa e passam ao lado de uma Vida humana existente no seio materno desde a concepção.
São eles mesmos que, ao liberalizarem o aborto até às 10 semanas, vão permitir que qualquer mulher o faça até às semanas que bem entender, em clínicas privadas - pago com o nosso dinheiro - pois para a negociata dessas clínicas de morte, todo o dinheiro que entrar é sempre bem vindo. - A senhora está de 20 semanas? Não há problema: diremos que está de 10... o negócio é o que nos importa.
É nosso dever lutarmos contra este retrocesso civilizacional!É nosso dever denunciarmos que os argumentos aparentemente razoáveis do "sim", são uma forma de encobrirem a barbárie!
É nosso dever lutarmos pela vitalidade do nosso povo, pelo nascimento de portugueses e pelo progresso da Nação.É justamente com os olhos postos nestes objectivos que se devem praticar as políticas e gastar o dinheiro público, e não na morte progressiva da Nação.
José Pinto-Coelho


RIBEIRO E CASTRO
DEIXA AVISOS E ALERTAS


Na visita que fez ao Centro de Apoio à Vida em Barcelos o líder centrista Ribeiro e Castro disse que, se houver legalização do aborto, "os custos e pagos pelo Estado atingirão os 30 milhões de euros anuais, conforme estudos já aplicados" para acrescentar que, esta verba, dava para "manter várias das maternidades que foram encerradas pelo actual Governo socialista por razões de poupança de custos e falta de meios".
Para Ribeiro e Castro o aborto será pago pelos impostos dos portugueses, lembrando que "o PS assumiu esse facto num debate que realizou sobre o assunto, no início da campanha, onde foi reafirmado que despenalização significa liberalização em estabelecimento pago pelo Estado".
Ribeiro e Castro acrescentou, também, que "vamos ter em Portugal as tais "slot-machines", as clínicas de aborto de que falava a procuradora Maria José Morgado".
O dirigente democrata-cristão disse, ainda, que "Portugal já tem uma lei sobre o aborto, baseada no chamado " método das excepções" que os socialistas querem agora substituir pelo "método indicativo", ou seja, pelo aborto legalizado e pago pelo Estado" .
Em nota conclusiva o líder centrista reafirmou que se o aborto "for liberalizado" em Portugal o fenómeno atingirá "cifras de horror como as espanholas, onde se fazem 100 mil por ano".
Uma intervenção que, na recta final, para o Referendo, deixa - ou deveria deixar - muitos de nós a pensar sobre o assunto.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007


AS CONTRADIÇÕES BLOQUISTAS

Segundo um comunicado da Câmara de Salvaterra de Magos, a PJ esteve no edifício da Câmara com “o objectivo de proceder à recolha de alguns elementos relativos a processos das secções de contabilidade, urbanismo, pessoal e expediente geral”.
Ontem, 12 elementos da Direcção Central de Combate ao Crime Económico e Financeiro da PJ fizeram buscas à única autarquia liderada pelo BE e gerida por Ana Cristina Ribeiro.
Nas buscas de ontem, a PJ recolheu documentação diversa, a maioria proveniente do Departamento de Obras Particulares, procurando confirmar eventuais benefícios pessoais por parte da autarca.

Para Francisco Louçã, coordenador da comissão política do Bloco de Esquerda, a presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos não deve suspender o mandato.

Ironia das ironias. Dois pesos e duas medidas.
Na Câmara de Lisboa, entendem que deve haver suspensão do mandato presidencial e, até, novas consulta popular. Na Câmara de Salvaterra, como é uma bloquista presidente, o assunto já muda de figura.
Aprenderam depressa estes novos “democratas” que ainda há pouco tempo defendiam as teorias de Trotsky e do ditador comunista albanês Enver Hoxha, assim como a ditadura do proletariado que foi (no fundo ainda é…) o seu cavalo de batalha.
Aprenderam depressa o jogo do “politicamente correcto”.
MA

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

ABORTO E CIVILIZAÇÃO

José Manuel Moreira, Professor universitário e membro da Mont Pélérin
Society, escreveu um artigo no Diário Económico que, pelo seu interesse, não podemos deixar de o transcrever na integra


Aborto e civilização
Quando se diz que o feto é “parte” do corpo da mãe, é falso, porque não é
parte: está “alojado” nela, melhor, implantado nela.

José Manuel Moreira

O aborto voluntário vai tornar-se uma das grandes questões nas sociedades
ocidentais. O regresso do tema à tolerante Holanda é só mais um sintoma. O
interesse com que entre nós se vive o sim ou não no referendo é disso bom
sinal. Há diversas formas de entrar no debate: desde a inconveniência ou
ilicitude do aborto à fé religiosa, para cristãos com força de convicção de
uma moral universal. Há outra posição que pretende ter validade universal:
a científica, embora também aqui as provas não sejam acessíveis à imensa
maioria dos homens e mulheres, que as admite por fé (na ciência).

A minha preferida – na linha de artigo (1983) do filósofo Julián Marias – é
outra, acessível a todos e independente de conhecimentos científicos ou
teológicos que poucos possuem. É a visão antropológica, fundada na mera
realidade do homem tal como se vê, vive e se compreende a si mesmo.

Trata-se da distinção decisiva entre “coisa” e “pessoa”, que se revela no
uso da língua. Em todas as línguas há uma distinção essencial: entre “que”
e “quem”, “algo” e “alguém”, “nada” e “ninguém”. Se entro numa casa onde
não há nenhuma pessoa, direi: “não há ninguém”, mas não me ocorrerá dizer:
“não há nada”, porque pode estar cheia de móveis, livros, lustres, quadros.

O que tem isto a ver com o aborto? Muito. Quando se diz que o feto é
“parte” do corpo da mãe, é falso, porque não é parte: está “alojado” nela,
melhor, implantado nela (nela e não meramente no seu corpo). Uma mulher
dirá: “estou grávida”, nunca “o meu corpo está grávido”. Uma mulher diz:
“vou ter um filho”; não diz: “tenho um tumor”.

A pergunta a referendar, ao usar, em vez de aborto provocado, “interrupção
voluntária da gravidez”, não só abusa da hipocrisia como se esconde sob a
capa de despenalização. Os advogados do sim não gostam da comparação, mas
com isto os partidários da pena de morte vêem as dificuldades resolvidas.
Podem passar a chamar à tal pena – por forca ou garrote – “interrupção da
respiração” (e também são só uns minutos).

Há ainda as 10 semanas, como se para a criança fizesse diferença em que
lugar do caminho se encontra ou a que distância, em semanas ou meses, da
sua etapa da vida que se chama nascimento será surpreendida pela morte.

O mais estranho é que para os progressistas o aborto é visto como sinal de
progresso, enquanto a pena de morte é de atraso. Dantes denunciavam a
“mulher objecto”, agora querem legitimar a criança-objecto, a
criança-tumor, que se pode extirpar, em nome do “direito de dispor do
próprio corpo”.

O direito (com bons propósitos) serve para nos impedir de entender “o que é
aborto”. Por isso se mascara a sua realidade com fins convenientes ou pelo
menos aceitáveis: o controle populacional, o bem-estar dos pais, a situação
da mãe solteira, as dificuldades económicas, a conveniência de dispor de
tempo livre, a melhoria da raça.

A tudo isto acrescem as tentativas de abolir as relações de maternidade e
paternidade, reduzindo-as a mera função biológica sem duração para além do
acto de geração, sem nenhuma significação pessoal entre o “eu”, o “tu” e o
“ele(a)” implicados.

Felizmente, ao pôr-se a nu a grave dimensão da aceitação social do aborto,
facilita-se o regresso de temas que os “progressistas” julgavam de direita
e, por isso, ultrapassados: a família e a natalidade.

Não devemos estranhar que os mesmos que sempre se equivocaram sobre tudo,
desde a natureza do regime soviético a Cuba, passando pelo fim do trabalho
e as nacionalizações, se encontrem agora, de novo, unidos no “sim” ao
aborto (e no “não” ao sofrimento dos animais). E, ontem como hoje,
acompanhados de idiotas úteis. Alguns, pelos vistos, “liberais”, que
desconhecem que a noção de liberdade para o liberalismo clássico é oposta à
de “direito a ou de”. Para T. Jefferson os seres humanos são independentes,
mas não da moral; se a desafiamos, não somos livres mas escravos, primeiro
das nossas paixões e depois possivelmente da tirania política. Que tipo de
governo democrático poderá controlar homens que não podem controlar as suas
próprias paixões? Situação que piorará com a ilusão do Estado contraceptivo
e a liberalização das oportunidades para a irresponsabilidade.

terça-feira, fevereiro 06, 2007


CAIU A MÁSCARA AOS DEFENSORES DO SIM
SE O NÃO GANHAR :
MULHERES QUE ABORTEM CLANDESTINAMENTE PARA A PRISÃO
(defesa da mulher ? Pois…Pois…)

José Sócrates foi peremptório ao afirmar que, se o Não ganhar, a actual Lei não é alterada. Mulheres que abortem e sejam apanhadas, vão para a prisão.
Esta foi a resposta ao apelo, por parte de partidos políticos e movimentos pelo Não, para uma “solução legislativa” que evite processos judiciais sobre as mulheres que abortam.
Um grupo de representantes de movimentos cívicos pelo Não lançou um desafio a “instituições, aos deputados, às forças políticas e sociais para que consagrem um novo quadro legal que, sem desproteger a vida em desenvolvimento, afaste as mulheres do tribunal, dos julgamentos e da prisão.
O líder social-democrata, Marques Mendes, propôs em Barcelos a descriminalização do aborto no Parlamento, como alternativa a uma lei que torna o aborto livre e a pedido da mulher.
Para Marques Mendes “há um consenso em torno de duas questões: as pessoas não querem o aborto livre, mas também não querem a penalização daquelas mulheres que são obrigadas a fazer aborto. Por bem, há uma solução: votar no Não no referendo para evitar o aborto livre com o compromisso de que a seguir, no Parlamento, se mude a lei para deixar de penalizar a mulher com penas de prisão”


A posição assumida por José Sócrates, e fazendo uso da maioria absoluta socialista no Parlamento, é bem a prova de que o blá blá na defesa das mulheres é uma farsa hipócrita. E, lá se iam os interesses das clínicas privadas
Os defensores do Sim estão-se “nas tintas” para as mulheres. E, a prova disso, está aqui.
Se o Não ganhar, não aceitam a hipótese de se estudar a aplicação de uma Lei que não penalize a mulher com penas de prisão.
Vai tudo preso (mulheres que abortem clandestinamente) como castigo por o Não ter ganho. Mais nada!
É nisto que dá as maiorias absolutas: - Quem não for por mim é contra mim.
Agora sim. Vale a pena votar Não! Porque a maioria absoluta socialista, ou socialistas e comunistas, não é eterna.
Votar Não dá sempre a hipótese de se poder alterar a actual Lei, quando a correlação de forças na Assembleia da República for diferente da actual. E, para isso, já não falta muito. Apenas mais dois anos para se ultrapassar este inferno de governação socialista.
Manuel Abrantes

sábado, fevereiro 03, 2007


REFERENDO AO ABORTO
PARTIDÁRIOS DO NÃO APRESENTAM ALTERNATIVAS Á ACTUAL LEI


Em caso da vitória do Não, representantes dos movimentos que lutam por essa linha, estudam iniciativas legislativas a apresentar em São Bento, após o dia 11, para afastar as mulheres dos tribunais por prática de aborto.
Defensores do Não admitem recuperar o princípio do "estado de necessidade desculpante", invocado pela primeira vez por Freitas do Amaral, em 2004, num artigo publicado na Visão. De acordo com esta tese, o aborto continuaria a ser criminalizado, mas os tribunais isentariam automaticamente de pena a mulher, com a introdução daquela figura jurídica no artigo 142.º do Código Penal

O deputado social-democrata e defensor do Não, Miguel Frasquilho, afirmou ao Diário e Notícias que a solução, agora apresentada, é “muito razoável”, sendo uma solução moderada que afasta as mulheres das esquadras da polícia e dos bancos dos tribunais sem necessidade de descriminalizar o aborto.
Também o ex-ministro das Finanças e da Segurança Social, Bagão Félix, defendeu ontem que, em caso de vitória do Não no referendo, o aborto deve manter-se como crime, mas todos devem comprometer-se a mudar a moldura penal.
Segundo propôs Bagão Félix, mandatário da "Plataforma Não Obrigada", em caso de aborto ilegal, em vez da pena de prisão, o Código Penal deve prever, por exemplo, trabalho comunitário.
Aqui está uma solução que – também eu – considero (sempre considerei e muito antes do Freitas do Amaral)) como o caminho a trilhar para fazer face à actual situação.
Se a discussão tivesse começado por aqui não seria (?) necessário fazer mais um referendo. Só que, a esquerda não quis porque pretende a liberalização completa. E, a prova disso, reside nas afirmações dos dirigentes socialistas que, se o Sim ganhar mesmo sem a participação de mais de 50 % dos eleitores, farão passar a nova Lei na Assembleia da República.
Só que, muitos dos defensores do Não e que agora apresentam tal proposta, tiveram (e têm) poderes para terem apresentado uma proposta para uma nova Lei e, assim, se ter evitado um novo referendo e calado, de vez, com as vozes abortistas da esquerda. Isto, já, para não falar dos interesses económicos das clínicas privadas que, se o Sim vencer, passarão à legalidade e a receberem clientes (não são doentes) vindos da Segurança Social e pagos, por esta, com o dinheirinho dos nossos descontos. E, depois, queixem-se de que não há dinheiro para as reformas.
Manuel Abrantes

sexta-feira, fevereiro 02, 2007


CARDEAL PATRIARCA DIZ “DE SUA JUSTIÇA” SOBRE CASTIDADE E O EXERCÍCIO DA LIBERDADE


Segundo a imprensa desta semana o Cardeal Patriarca, D. José Policarpo, no quarto de cinco textos que está a publicar semanalmente a propósito do referendo sobre o aborto, considera que a educação sexual "é bem-vinda e necessária", mas para ser "verdadeira" tem que ser feita na "perspectiva da castidade”.
D. José Policarpo diz ainda que, tanto "em termos religiosos como culturais" a castidade surge como uma "vivência generosa e responsável da própria sexualidade".
D. Policarpo critica ainda o "exercício da liberdade num perspectiva individualista", onde "cada um pode fazer tudo o que quer e lhe apetece". Trata-se de "uma liberdade individual sem responsabilidade", que o cardeal diz encontrar "nos acidentes de viação, nas agressões contra o ambiente, no abandono e abuso de crianças, no aborto".
Para o Cardeal Patriarca o exercício individualista da liberdade origina uma sociedade permissiva. O Estado gasta uma parte significativa das suas capacidades e energias a corrigir abusos de liberdade"

Nesta última parte, o Cardeal Patriarca não deixa de ter razão, o Estado gasta uma parte significativa das suas capacidades e energias a corrigir abusos de liberdade. Energias e custos financeiros sustentados pelos contribuintes.
Não deixa de ter, também, razão quando critica o "exercício da liberdade num perspectiva individualista", onde "cada um pode fazer tudo o que quer e lhe apetece”.
Contudo, esse conceito de liberdade é fruto da libertinagem dos princípios esquerdistas defendidos e impostos pelos defensores das “amplas liberdades”.
Só é pena que a Igreja só se lembre disso quando está em causa questões como o aborto ou a procriação medicamente assistida ou, até, casamento entre pessoas do mesmo sexo.
No resto do tempo é o silencio e alguma complacência perante algumas atrocidades “revolucionárias” (agora a esquerda já não aplica este termo. Mas…).
Em muitos casos o termo “complacência” não é o mais adequado. O mais adequado seria: conivência.
Como católico que sou – e não apenas por meras questões de tradição – custa-me assistir a algum silêncio e, até, compadrio, perante tal situação.

Quanto à questão da castidade.
Que D. José Policarpo defenda que a educação sexual "é bem-vinda e necessária”, esta correcto - na minha opinião. Mas que, para ser "verdadeira", tem que ser feita na "perspectiva da castidade”. Das duas uma: ou a comunicação social desvirtuou o que o Cardeal quis dizer - até ao momento não foi desmentida – ou então o pensamento do Cardeal deve estar noutro sitio ou noutro planeta.
Não vamos querer impor, ou defender, o sexo como tabu. Assim não é pregar nem para os peixes nem para ninguém. È, meramente, provocar um sorriso, especialmente, nas camadas mais jovens. Até a mim me provoca e a minha juventude “já se foi” há muito…
Manuel Abrantes

quinta-feira, fevereiro 01, 2007


AS GRANDE VERDADES DITAS PELO MINISTRO DA ECONOMIA

Englobado na visita à China do 1º Ministro e perante uma plateia com 300 empresários chineses e portugueses, o ministro Manuel Pinho apresentou ontem os baixos salários que se praticam em Portugal como um dos factores de atracção para o investimento chinês.
Neste encontro empresarial, intitulado Fórum de Cooperação Empresarial Portugal China 2007, o ministro da Economia e Inovação foi ainda mais longe ao argumentar que, par além dos baixos salários, também pode ser atracção para o investimento chinês o facto dos custos salariais “serem inferiores à média da União Europeia e terem uma menor pressão de aumento mesmo em relação aos novos países do alargamento”.

Excelente! O ministro da Economia não disse mentira nenhuma. È a realidade nacional. A situação do trabalho em Portugal pode ser um atractivo para os capitalistas de um país onde uma grande percentagem de trabalhadores ainda trabalha de sol-a-sol, com rendimentos inferiores a 16 euros mês e onde a mão-de-obra infantil é rainha e senhora.

No reino da ditadura do proletariado comunista, onde capitalismo e comunismo se fundem numa mesma miscelânea, fomos “vender” a nossa mão-de-obra barata e, tal como disse o ministro Manuel Pinho, “Portugal é um país competitivo em termos de custos salariais. Os custos salariais são mais baixos do que a média dos países da União Europeia e a pressão para a sua subida é muito menor do que nos países do alargamento". E, a afirmação é do responsável pelo Ministério da Economia.

Lá se foram as teorias do “desenvolvimento tecnológico” e a “inovação e requalificação dos trabalhadores” nas retóricas diárias do Governo socialista.
Afinal, só nos resta a mão-de-obra barata e – nunca esquecer isso – uma menor pressão de aumento mesmo em relação aos novos países do alargamento.
Acontece, até, aos melhores. Como diz o povo : “fugiu-lhe a boca para a verdade”
Manuel Abrantes

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