quinta-feira, abril 30, 2009


A QUESTÃO DO BLOCO CENTRAL

Nos últimos tempos o dito e o desdito de Manuela Ferreira Leite sobre um hipotético governo do chamado bloco central tem feito correr muita tinta.
Não sou a favor, nem contra, de qualquer tipo de governo que vise encontrar soluções para a crise actual e para os tempos, ainda mais negros, que se avizinham.
Eu continuo a acreditar que as crises só se vencem com a honestidade e clarividência de quem governa e na disciplina e trabalho dos que são governados.
Acontece que, com a casta actual dos políticos, não acredito nem na sua honestidade nem na sua clarividência.
Assim, um hipotético governo do bloco central ou outro qualquer, com os políticos actuais, não tem honestidade politica nem – muito menos – clarividência.

Os políticos actuais, muito especialmente os do bloco central, não governam para o País mas sim para os seus interesses pessoais e do partido a que pertencem.
È por isso que um governo do bloco central não tem futuro. O problema não está na necessidade dos dois maiores partido (representam 70 % do eleitorado) se unirem num esforço colectivo. Eles sabem que perante uma crise devastadora é necessária a união das vozes politicas.
Eles sabem disso!!!
Só que o problema não está numa governação conjunta. O problema reside na distribuição dos lugares remunerados e nos tachos que advêm do poder central.
Nem o PS nem o PSD estão dispostos a cederem lugares um ao outro.
O problema desta gente não é resolver e fazer frente à crise. Eles querem lá saber disso!
O importante, são os lugares na hierarquia politica e os respectivos tachos que daí advêm.
Isto é que é importante para eles. O resto, são cantigas.

Não sabemos onde vai parar esta crise. Não sabemos, nem descortinamos o seu final. Isto se houver final…
E não há nada pior do que, numa crise financeira sem fim à vista, aparecer uma crise politica.
È o que pode, muito bem, via a acontecer.
E depois queixem-se se aparecer por aí algum dos chamados governos de salvação nacional.
Pois… È que no meio da confusão generalizado aparece sempre alguém a impor a ordem.
Um novo Salazar ?
Não!!!
Já não há outro com o seu carisma e – muito especialmente – os tempos, também, são outros.
O que pode aparecer ( não quero fazer futurologia) é o capitalismo selvagem a impor, ainda mais, a sua ordem. Marionetas que o representem é o que por aí não faltam.
Estou a fazer um grande filme. Não estou?
Pois estou …
Manuel Abrantes

segunda-feira, abril 27, 2009


SUSANA BARBOSA DO PARTIDO DA LIBERDADE
E O SEU GRITO DE ESPERANÇA

Publicado no “diário de Aveiro” mais uma excelente peça da 1ª Signatária do Partido da Liberdade



Volvidos 35 anos após a revolução de Abril, em Portugal, vivemos hoje mais do que nunca, uma falsa liberdade, diríamos mais, vivemos numa ilusão de liberdade, vivemos numa sociedade inserida na globalização, e em particular num país, onde subjugados ao poder instalado e aos interesses de todos os que nos governam de forma pouco digna, reina a corrupção, e quando um povo se sujeita a ser governado por corruptos, está longe de ser livre.
Longe de almejarmos um regresso ao passado, e sem pretendermos um regresso ao “24 de Abril”, cremos que a suposta liberdade conquistada pelo “25 de Abril”, jamais o chegou a ser na sua essência. Passados 35 anos de Democracia, o que para muitos representou um sonho e uma conquista, tornou-se hoje num pesadelo e numa derrota da própria liberdade de um povo.Vivemos hoje dias difíceis, por consequência de uma crise económica global e pela falência de um sistema, mas sobretudo, em Portugal, vivemos a falência do nosso próprio sistema e da falsa Democracia que nas últimas décadas vimos instituir-se em Portugal.
Hoje, o povo português demite-se da Democracia, e vive desacreditado dos partidos políticos e da política. A pouco mais de um mês das próximas eleições para o Parlamento Europeu, já é estimada a maior abstenção de todos os tempos do direito de votar, e sem a dignidade da participação do povo nos actos eleitorais, não poderemos afirmar que vivemos numa verdadeira Democracia, viveremos apenas numa falsa Democracia do que restará da “abstenção”, e que temos por certo, representará neste momento o “maior partido” português.
É tempo de despertar deste pesadelo, é tempo de pensar futuro, é tempo de lutar a sério por um “26 de Abril” em Portugal, é tempo de romper com uma Constituição da República ultrapassada, expurgando-a de tantos conteúdos ideológicos, desburocratizando-a, e dotando-a de mais interesses comuns a todos os portugueses, é tempo de uma IV República!
Não nos deixaremos vencer pelo desânimo do tanto que vai mal. Lutaremos pela verdadeira liberdade, pela “liberdade com responsabilidade”. Temos nas mãos a missão de renovar a política portuguesa, e de voltar a defender como prioridade os interesses de Portugal.
O Partido da Liberdade (PL) surgirá para uma nova Liberdade responsável, sem arrogância mas com austeridade, contra políticas facilitistas do neoliberalismo desenfreado e da propaganda socialista, e a favor de uma distribuição mais justa de todos os recursos. O PL surgirá para aproximar de novo os cidadãos da política, elevando a Democracia ao patamar da sublimação da governação com “políticos limpos”, de onde jamais se deveria ter desviado.
Susana Barbosa

sábado, abril 25, 2009


O 25 DE ABRIL E A INFLUÊNCIA COMUNISTA



Claro que vou escrever sobre o 25 de Abril!
Até porque para muitos dos que se intitula como Nacionalistas, o 25 de Abril foi um golpe comunista e o responsável por tudo o que, hoje, nos aflige.
Encontramos um responsável para todos os males.
Mas não é assim, amigos(as), .

Como sabem apoiei o golpe militar em 1974 e fiz parte, enquanto militar, das suas estruturas.
Todas as reuniões preparatórias (Cascais e Alcáçovas) apontavam o golpe como uma reivindicação militar e não o inicio de qualquer revolução.
E não me venham com essa de que, o golpe militar, foi gerido pelo PCP.
O PCP foi tão apanhado de surpresa como a população em geral..
Dentro das estruturas do que se passou a intitular de MFA poderia – e havia ! - simpatizantes dos comunistas. Isto antes do golpe militar. Mas que o PCP estivesse metido nisto. Não! Não estava!!!
Até porque as estruturas dirigentes do PCP – segundo eles próprios – até ao meio-dia do 25 estiveram com dúvidas se o golpe não passaria de mais uma posição de força das linhas mais conservadoras do regime.

O PCP tomou as rédeas – sim! – depois da consolidação do golpe militar. Aí, sim!
Aliás, tomou as rédeas dos sectores fundamentais no MFA e na linha politica em geral.
Bastou comunizar o COPCON para ter o poder sobre grande parte do Movimento.
Impôs a politica do medo através desse organismo militar e conquistou as ruas para impor a arruaça politica .
Foi com a arruaça politica que os comunistas impuseram o PREC (Período Revolucionário em Curso). Isto, já para não falar sobre a paralisação no Ensino que, com as diárias RGAs (Reunião Geral de Alunos) , mobilizou a juventude para impor a gritaria nas ruas e as ocupações de todos os organismos associativos e autárquicos. A UEC (União dos Estudantes Comunistas) foi a grande mentora de tudo isto.

Conseguiu faze-lo, em pleno, a sul do vale do Tejo e nalgumas zonas a norte da capital. Contudo, a partir do centro Norte do País, com excepção da cidade do Porto, o PCP não conseguiu este tipo de mobilização.
Para isso fez criar os movimentos cívicos de estudantes (Serviço Cívico) que se deslocavam a norte para, através duma encapotada alfabetização, impor as suas ideias revolucionária marxistas.
Consegui, também, que o MFA mobilizasse jovens milicianos (todos marxistas) para percorrerem o norte do País para sessões de esclarecimento com as populações.
Foi quando apareceu aquele cartaz da Aliança Povo/MFA.

Na ânsia da descolonização a toda a força, e a mando da URSS (Império Soviético), onde o socialista Mário Soares esteve metido até ao pescoço – aliás, era ministro dos Negócios Estrangeiros -, o PCP não contou com a influência dos milhares e milhares de refugiados das Províncias Ultramarinas que regressaram aos seus locais de origem, ou de familiares, acabando por ajudar a separar politicamente o norte do sul do País e a por termo às infiltrações marxistas nas zonas mais esquecidas do País.
Foi o princípio do fim do poder comunista, mesmo, dentro do MFA.
Tudo isto teve a reviravolta final com o 25 de Novembro acabando com o PREC.

Como o leitor(a) pode constatar o golpe do 25 de Abril foi uma coisa e o período que se seguiu foi outra.

A “Evolução na Continuidade” de Marcello de Caetano não estava a surtir efeitos na prática. A guerra era interminável e a Democracia era a única forma de regime que permitiria a estabilização politica.
Já alguém imaginou Portugal de partido único nos dias de hoje?
Claro que não !
O sistema Democrático iria aparecer com golpe ou sem golpe. Aliás, como apareceu na Grécia e em Espanha.
Marcello de Caetano com as suas ambiguidades politicas, e as posições cada vez mais despropositadas dos “velhinhos do Restelo”, levaram à formação de um golpe militar.
Era inevitável!!!
Os marcelistas e os sectores mais conservadores apodreceram o regime.
O regime estava podre e a cair de maduro. Aliás: - Estava velho e caduco!
O “Estado Novo” não se manteve como o seu nome indica. Deixaram-no envelhecer.
E, Salazar, não deixou de ter, também, alguma culpa nisto. Agarrou-se demais à cadeira do poder. Isto, por muito que custe a escrever esta linha de pensamento, até porque sou seu admirador.
Vamos lá deixar de sermos líricos. O 25 de Abril não é o responsável por todos os males que nos afligem.
Manuel Abrantes


quarta-feira, abril 22, 2009


PNR CONTRA A DISCRIMINAÇÃO POLÍTICA

No site oficial do Partido Nacional Renovador a sua Comissão Politica insurge-se contra a descriminação a que o seu partido vem sendo alvo.
Não sendo militante deste partido não posso também deixar de insurgir-me contra atitudes que nada têm com a liberdade e a igualdade de direitos nas actividades políticas.

Estamos a entrar num período eleitoral onde se diz que todos os partidos concorrem em igualdade. Contudo, uns são mais iguais do que outros.

Na actividade politica não deve haver partidos de primeira e de segunda. O cidadão eleitor tem o direito de poder escolher quem quer, depois de ouvir as opiniões de cada partido concorrente.
Ora, se a comunicação social esconde as opiniões dos partidos, que ela própria considera de segundo plano, a igualdade entre concorrentes não é igual.
Talvez por isso a nossa esfera politica é composta sempre pelos mesmos partidos e pelas mesmas pessoas.
È isto a Democracia ?

Mas, vamos ao comunicado do PNR
A política em Portugal 'faz-se' por jornalistas e editores. São eles que escolhem quem aparece, quem tem posições políticas, quem tem opinião e, em última análise, decidem qual opinião.Os exemplos que trazemos são elucidativos.

O PNR - Partido Nacional Renovador - anunciou o seu cabeça-de-lista a 3 de Dezembro de 2008. Esse comunicado, tal como tantos outros, foi enviado para todas as redacções e agências de comunicação. Nenhum jornal divulgou esse facto, tal como acontece invariavelmente às restantes posições assumidas pelo PNR. Ontem, novamente mais do mesmo.
O PNR enviou o comunicado sobre o protesto relativo às eleições europeias a todos os orgãos de comunicação social. A Lusa, inclusive, redistribuiu-o como faz habitualmente por todos os jornais e televisões. As edições online do Portugal Diário e Diário de Notícias foram os únicos (entre os milhares de jornais nacionais e regionais) que, até agora, fizeram menção, de forma tímida e atabalhoada no meio de um extenso artigo sobre os vários partidos, à posição assumida pelo PNR. Já o Expresso online, o tal que anda em campanha abrilina que diz que "Portugal é de todos", também publicou artigo sobre a discriminação aos partidos sem representação parlamentar mas ignorou completamente o PNR.

segunda-feira, abril 20, 2009


A PANELA ESTÁ A FERVER

O Presidente da República afirmou, no Congresso Empresarial que se realizou na passada sexta-feira na Universidade Católica, que seria "um erro muito grave, intolerável mesmo, que na ânsia de obter estatísticas económicas mais favoráveis e ocultar a realidade se optasse por estratégias de combate à crise que perpetuassem os desequilíbrios já existentes".

Quem parece que não ter gostado das palavras do Presidente foi o Primeiro-Ministro, senhor Sócrates.
No passado sábado, numa sessão das “Novas Fronteiras”, o senhor Sócrates retorquiu dizendo: "Não precisamos de quem só diz o que não podemos fazer"

A panela começa a ferver nas relações institucionais. O senhor Sócrates não gosta que se critique a sua governação. E não gosta, venham elas de onde vierem.
A governação socialista é intocável.
Pura e imaculada, como o seu principal mentor: José Sócrates.
Não há dúvida que o senhor Sócrates anda a aprender umas coisas com o seu amigo Hugo Chavez.
E quem se mete com os socialistas: Leva!
Grandes democratas. Não haja dúvida.
Manuel Abrantes

quinta-feira, abril 16, 2009

POIS É…
VAMOS BATER NO FUNDO


O Banco de Portugal chegou à conclusão de que existiam, em 2005/6, cerca de dois milhões de pobres.
Se existiam dois milhões de pobres em Portugal em 2006, hoje já deve estar perto do dobro. Isto é: quase metade da população portuguesa vive na pobreza.

O mesmo estudo conclui que as classes particularmente vulneráveis à situação de pobreza são as famílias em que pelo menos um adulto está desempregado, idosos com baixos níveis de educação, famílias compostas só com um adulto solteiro que não trabalha e que tem filhos e famílias numerosas em que pelo menos um adulto não trabalha.

O mesmo estudo revela ainda que 25 a 30 por cento da população pobre em 2005/2006 exercia regularmente uma profissão e que 40 por cento dos indivíduos com mais de 14 anos sem percurso escolar era pobre.

Como o estudo do banco de Portugal aponta o desemprego como o principal factor de pobreza isto quer dizer que, essa mesma pobreza, irá aumentar assustadoramente nos próximos tempo.
Este é o cenário da situação em Portugal.
Por este andar um dia viveremos todos na pobreza. A classe politica que nos governa conseguiu assim o grande intento marxista: uma sociedade sem classes onde todos são iguais.
Todos na pobreza, sossegadinhos e de bico calado e a prestar vassalagem à classe politica dominante.
É isto que queremos?
Pensem nisso.
Manuel Abrantes


sexta-feira, abril 10, 2009


FELIZ PÁSCOA

Não podia deixar passar esta quadra sem desejar uma Páscoa feliz a todos os visitantes e comentadores.
È uma quadra de reflexão para todos os Católicos. È relembra Jesus de Nazaré que deu a sua própria vida por amor.
Para nós, Católicos, isto possui um significado muito especial: - O Filho de Deus, entregou a sua própria vida por Amor ao próximo.

Mesmo, para aqueles que não professam a religião de Jesus ou que nem sequer acreditam em nenhum Deus, esta quadra poderá servir-lhe também.
Ninguém, hoje, lhe pede um sacrifício humano. Contudo, o saber respeitar o próximo –apenas isso - é um principio.
Jesus amou os seus amigos e seguidores como amou os que o torturam e mataram.
Amou (e ama) os seus amigos como os seus perseguidores. Amou os que choraram a sua morte como amou os que o mataram.
È esta a grande lição de Jesus de Nazaré.
Amar o próximo…
Uma Páscoa Feliz
Manuel Abrantes

domingo, abril 05, 2009


A IGREJA CATÓLICA E OS SEUS PRINCÍPIOS


Recebi, há pouco, um comentário assinado por José António Saraiva relativo ao tema : “A Igreja e o uso do Preservativo” .
Por considerar de extrema importância, e com uma analise digna de registo, publico-o como peça na página principal.
È que há comentários que vale a pena ler e reflectir…


A POSIÇÃO da Igreja Católica relativamente ao preservativo tem dado pano para mangas.

O PROBLEMA de muitas opiniões que se exprimem sobre a Igreja Católica – e sobre o Papa, como seu máximo representante – é que algumas pessoas que não são católicas nem sequer cristãs queriam que o Papa dissesse o que elas pensam. No fundo, para essas pessoas, a Igreja deveria abdicar da sua doutrina e das suas convicções – para defender as posições dos não-_-católicos, daqueles que professam outras ideologias ou partilham outras ideias. Ora isto é obviamente um absurdo.

À Igreja compete defender as suas posições e a sua doutrina – e não as dos seus inimigos. E não pode transigir constantemente, sob o risco de se descaracterizar. Não pode seguir a moda. Não pode estar sempre de acordo com o ar do tempo. Por vezes, o seu papel é mesmo o contrário: é combater as ideias em voga.

E NISTO a Igreja distingue-se claramente do Estado. O Estado – os vários Estados nacionais – tem muitas vezes de se adaptar às circunstâncias, de transigir, de pôr em prática políticas duvidosas do ponto de vista dos princípios.

É o caso do aborto, da distribuição de seringas ou das salas de chuto. Ninguém pode dizer que abortar é bom; ou que é bom as pessoas drogarem-se. Os Governos fazem estas concessões em nome do pragmatismo. Embora discordando naturalmente do aborto ou do consumo de drogas, acham que, não conseguindo evitá-los, é preferível criar condições para que se façam da melhor forma possível. É aquilo a que tenho chamado as ‘políticas de capitulação’. Ou seja, a abdicação dos princípios em nome do ‘mal menor’.

ORA é evidente que a Igreja não pode seguir este caminho. Não pode enveredar pelo caminho do pragmatismo sem princípios. Não pode dizer: façam abortos com segurança, ou droguem-se com segurança. A Igreja tem de dizer: não façam abortos, não se droguem.
E o mesmo vale para os preservativos. A Igreja não pode dizer: tenham relações sexuais à vontade, mas façam-no com preservativo para não contraírem doenças. A Igreja tem de dizer: a relação sexual deve ser responsável, deve ter lugar no casamento, a promiscuidade sexual é má – e, por isso, tudo o que facilite essa promiscuidade é condenável.

A Igreja Católica não pode abandonar esta trincheira. Se o fizesse, se começasse a recuar na doutrina, arriscava-se qualquer dia a não ter razão de existir.

AQUELES que atacam o Papa tentando menorizá-lo, como se estivessem num plano superior, não percebem o ridículo em que caem. O Papa – nenhum Papa – diz o que diz por desconhecimento da realidade ou por descuido. Ou, ainda menos, por maldade ou indiferença perante os dramas humanos. Poucas organizações como a Igreja são tão sábias, têm tanta experiência acumulada.

A Igreja não diz o que diz por ignorância ou por lapso – mas porque lhe compete defender uma doutrina. Uma doutrina que não é de hoje nem de ontem, que tem dois mil anos, e que os católicos pretendem que dure para sempre.

E NÃO DEIXA de ser verdade que a sida, como outras doenças que têm flagelado a Humanidade, só pode combater-se com uma mudança de hábitos, com uma mudança de práticas, com alterações culturais. Com uma reforma de mentalidades. Com uma atitude mais responsável em relação à vida, menos hedonista, em que o prazer e o dever se articulem de uma forma mais equilibrada.

Não é preciso ter relações sexuais só para procriar; mas também não é preciso comportarmo-nos como animais, deixando que o instinto prevaleça sobre todos os outros valores.

O preservativo pode ser hoje um paliativo, uma solução de recurso – mas não é ‘a solução’. A Humanidade não o pode ver como a solução para a sida. Ora, ao falar do preservativo como fala, a Igreja chama a atenção para isso: recusa-se a aceitar a promiscuidade e o facilitismo, põe a tónica nos valores e na responsabilidade do ser humano.

Só não percebe isto quem não quer.

OS COMUNISTAS gostariam que a Igreja defendesse as suas ideias. Os socialistas gostariam que a Igreja defendesse as suas ideias. Os libertários gostariam que a Igreja defendesse as suas ideias. Mas o que a Igreja tem de defender é a sua doutrina – e não as ideias dos outros. Se não constituísse uma voz diferente, para que serviria a Igreja?
Se não fosse um contraponto, um referencial de certos valores e princípios, para que serviria a Igreja?

E se a doutrina da Igreja é contra a promiscuidade sexual, se é favorável a outro conceito de relação sexual associada ao amor e à fidelidade, não pode defender o preservativo ou as seringas – que têm que ver com outras práticas e com outra visão do mundo e das relações humanas.

A Igreja não pode dizer: usem o preservativo, porque essa é a forma de poderem ter relações sexuais sem risco. Como não pode dizer: usem seringas novas, porque essa é a forma de poderem injectar-se sem se infectarem.

OS ESTADOS, os Governos, aos quais compete gerir o quotidiano, podem defender tapa-buracos, soluções transitórias, de recurso. Mas esse não pode ser o papel da Igreja. A Igreja tem de olhar para mais longe. Tem de defender e preservar uma doutrina assente em ideais e comportamentos que não valem só para hoje ou para ontem. Ideais e comportamentos que não podem mudar, como as leis, ao sabor das circunstâncias.

José António Saraiva

quarta-feira, abril 01, 2009


É SÓ COMPARAR...

Há pouco tempo, no site “Portugal Club”, escrevia Maria Isabel Galveias relembrando uma passagem na vida do Doutor António de Oliveira Salazar.
A articulista começava por dizer:

Muito se tem falado sobre o facínora Salazar e seus métodos.
Muita tinta correu a maldizer o homem e o governante.
Muito pouca tinta se gastou a falar das boas coisas que ele fez, e foram muitas.
Vejam esta por exemplo:
Quando os governantes eram honestos....

Um texto de José Luciano Sollari Allegro
Secretário Particular de Salazar entre 1947/1960

"Entre os muitos exemplos que revelam o escrúpulo com que o Doutor Salazar zelava pelos dinheiros públicos, quero recordar o respeitante ao pagamento de uma renda pela utilização do Forte de Santo António do Estoril, que estava entregue ao Ministério do Exército.
Quando em determinado ano, foi preciso fazer obras de conservação na residência da rua da Imprensa, escolheu-se aquele forte para que o Presidente do Conselho ali permanecesse enquanto decorriam aquelas obras. O Doutor Salazar gostou do Local e no Verão do ano seguinte pensou em voltar para lá. Entendeu, porém, que deveria pagar uma rende mensal por aquela utilização e argumentava com o facto de a lei prever que o Presidente do Conselho tivesse direito a residir num edifício do Estado mas não em dois.

O Ministério do Exército não sabia a renda que deveria cobrar pela utilização do Forte e foi preciso insistir para que ficasse estabelecido o montante mensal que o Doutor Salazar deveria pagar enquando lá residisse. Nos anos seguintes as coisas processaram-se da mesma forma e todos os meses o Presidente do Conselho me entregava o dinheiro ou cheque com a quantia necessária para pagar ao Ministério do Exército a renda que havia sido previamente fixada."

José Luciano Sollari Allegro
ecretário Particular de Salazar entre 1947/1960

Pois….
È só comparar com os políticos da actualidade.
È só comparar…..
Manuel Abrantes

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