quarta-feira, junho 21, 2006


PONTE DE LIMA
A MESA DOS QUATRO ABADES
ONDE A HONRA DA PALAVRA AINDA FAZ HISTÓRIA


Perde-se nos tempos a tradição minhota das Freguesia de Calheiros, Cepões, Bárrrio e Vilar do Monte, no concelho de Ponte do Lima, da Mesa dos Quatro Abades.
O presidente da Câmara de Ponte de Lima, Daniel Campelo, cumpriu, mais uma vez a tradição secular almoçando com os autarcas das quatro freguesias, que lhe oferecerão arroz de cabidela e cabrito em troca de investimentos nas suas terras."À mesa é que a gente do Alto Minho se entende", disse à Lusa o autarca de Cepões, João Pereira, adiantando que o repasto deverá juntar cerca de 130 pessoas e significará um "rombo" de 400 euros nos cofres de cada uma das freguesias.

A mesa assenta no marco divisório das quatro freguesias, e se o presidente da câmara fizer alguma promessa com a mão pousada nesse marco "fica obrigado" a cumpri-la até ao encontro do ano seguinte.
Esta é uma tradição que remonta ao século XVIII, mas, nessa altura, quem se sentava à mesa eram os párocos, decorrendo o cerimonial sobre uma mesa em granito que assenta num marco divisório que assinala os limites das freguesiasA tradição foi reatada em 1987, com os autarcas no lugar dos abades, passando a realizar-se um encontro anual, para o qual são convidadas as entidades locais e onde são debatidos os problemas comuns às quatro freguesias.

Uma forma bem “democrática” para obrigar quem detém o poder a comprometer-se, solenemente, com as reivindicações populares.
As nossas tradições podem ensinar-nos muito. E, uma delas, é à palavra do “homem” perante outros “homens”.
A honra da palavra e do comprometimento solene sobre ela mesmo.
Palavra de honra! – Dito bem português que caracterizou a alma desta gente onde a palavra valia muito.
Com o advento da imposição de novas mentalidades a “ a palavra de honra” foi substituída por : - “palavras, leva-as o vento…”
Manuel Abrantes

Comentários:
Bons tempos
Onde os homens eram homens co H
 
A honra da palavra ainda é apanágio das gentes minhotas. Nas populações mais velhas essa é a palavra de ordem.
A palavra acima de tudo
Sérgio Gomes - Braga
 
A Honra é a maior das glórias que alguém, homem ou mulher, pode ter.

Hoje, a Honra é vista como coisa das calendas, uma palermice lá das Medievalidades. Mas uma verdade não se pode esquecer. Essa verdade é que uma época sem amor pelas raízes, sem um cumprimento da sua Palavra, mais não pode almejar que ser levada pelo vento ela própria.

Já são raros os que cumprem a su palavra e, desses, muitos não sabem a quem o fazem. Tudo por todos, tudo de todos, mas se se fôr bem a ver, é nada para ninguém, ninguém por nada.

Aí está uma das coisas que mais falta faz ao país: que se lembrem os grandes valores que construíram Portugal. Mas como ensiná-los às crianças se nem os pais,em muitos casos, os sabem? É necessária uma urgente atitude de toda a Sociedade.
 
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