quinta-feira, agosto 24, 2006


RENÚNCIA DO PRESIDENTE DA CÂMARA DE SETÚBAL

PODEMOS ELEGER
MAS QUEM MANDAM SÃO OS PARTIDOS

Carlos de Sousa, presidente da Câmara de Setúbal, apresentou o seu pedido de renúncia ao respectivo mandato. Uma decisão que o PCP/Setúbal justificou com a necessidade de renovação e rejuvenescimento da equipa.

Toda a problemática começou por a Inspecção-Geral da Administração do Território (IGAT) ter recomendado a dissolução da Câmara Municipal de Setúbal e a perda de mandato dos vereadores, incluindo do presidente, Carlos de Sousa.
As conclusões da IGAT surgem na sequência da investigação aos casos das reformas compulsivas, alegadamente combinadas entre o Executivo municipal e mais de seis dezenas de funcionários da autarquia.

Ontem, ao confirmar a sua saída da autarquia, "a pedido do PCP", Carlos de Sousa acusou o Governo de ter transmitido à comunicação social informações sobre o inquérito em curso, sustentando que esta era "a segunda vez que saem notícias na comunicação social antes de a Câmara Municipal saber das questões".
Por sua vez o Governo nega estar na origem da fuga de informação sobre as conclusões do relatório da Inspecção-Geral da Administração do Território à Câmara Municipal de Setúbal, desmentindo as acusações de Carlos de Sousa

A PARTIDARITE ACIMA DE TUDO …

O folhetim está armado e quem vai sentir na pele, com tudo isto, são os setubalenses.
No campo partidário, as divergências entre Carlos de Sousa e os elementos da linha ortodoxa do partido sempre se pautaram, no dia a dia, como prática habitual. O presidente da Câmara subscreveu um dos abaixo-assinados postos a circular pela ala renovadora do PCP, em 2002, em defesa do reforço do debate interno. Este gesto foi mal recebido pela Direcção da Organização Regional de Setúbal ( DORS) do comunistas.
As divergências entre Carlos Sousa e a linha dura do partido eram mais do que evidentes. Sendo uma figura de proa dos comunistas da margem sul, a sua postura anti-ortodoxa já se tornava num peso para os comunistas ortodoxos.
Se não foi no Governo a estar na origem da fuga de informação sobre as conclusões do relatório da Inspecção-Geral da Administração do Território à Câmara Municipal de Setúbal, então de onde partiu ?
E uma coisa é certa, foi o PCP que exigiu a renúncia de Carlos Sousa aproveitando-se de um relatório do organismo governamental.
A demissão imposta pela direcção do PCP, por razões não explicadas mostra que, para esta, os eleitos comunistas não passam de instrumentos que a direcção movimenta segundo uma visão sectária da política e com absoluto desrespeito pelos próprios e pelo eleitorado.
Carlos Sousa, não sendo um ortodoxo, também não teve a coragem politica de bater com o pé e aceitou a sua saída, pela porta dos fundos, da cena politica autárquica.
Pessoalmente, para além das divergências politicas, sempre nutri alguma simpatia por este autarca e – julgo – que vice-versa.
Situações como esta só demonstram que esta “democracia” não é nenhuma democracia da participação da opinião popular, mas sim a “democracia” da partidarite e da ditadura dos partidos.
“O povo é quem mais ordena”, dizem os comunistas. Falso!
“ A partidarite é quem mais ordena”. Isso sim !
Que o politico comunista, Carlos Sousa, tenha este fim ( o político) também não me causa qualquer espanto, nem nenhum sentimento de pena ou de saudade. Quem segue e aceita de livre vontade as ditaduras das direcções dos partidos também não merece outra coisa. Agora, que perdemos um homem honesto na politica e uma pessoa de bom trato de educação e de compreensão por opiniões divergentes à sua, isso, não tenha o meu leitor qualquer dúvida. Quando um Nacionalista assumido escreve isto sobre um comunista, não é de ter dúvidas.
È a diferença entre nós e os outros. Sabemos respeitar quem merece ser respeitado mesmo que, politicamente, seja completamente contrário aos nossos ideais.
Manuel Abrantes

Comentários:
Como sempre, o acessório prevalece ao essencial, quer dizer: o importante aqui não é sabermos se o A gosta do B, mas quem é realmente culpado, e se os houver;
1) Prender o responsável;
2) Tirar a reforma aqueles que se serviram desta alegada trapalhada!

Mas como sempre, é apenas mais um processo político...

Cumprimentos
 
Reconhecer honestidade na pessoa independentemente se ela concorda ou não com a nossa linha política, é um sinónimo dos Nacionalistas.
Uma verdade
 
Se todos os que se dizem Nacionalistas pensassem assim
 
Este é o respeito que os comunistas têm mesmo por aqueles que votam nos seus candidatos.
 
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