terça-feira, outubro 24, 2006


MAIS UM PERDÃO FISCAL À BANCA

João Amaral Tomás, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, em despacho ministerial, confirma que a banca não vai pagar IRS e IRC que deveria ter retido sobre juros pagos a investidores em obrigações emitidas através de sucursais exteriores. Contudo o Governo rejeita que tivesse efectuado um "perdão fiscal à banca" e alega a "boa fé" do sistema bancário na interpretação da lei para não exigir o pagamento dos impostos até ao fim de Dezembro de 2006.

A polémica surgiu quando na edição de ontem do Jornal de Negócios se dava conta de um "perdão fiscal à banca". O caso teve origem no Montepio Geral, quando uma equipa de inspectores do fisco detectou retenções de impostos em IRS e IRC em falta com origem nos juros remuneratórios de obrigações, pagos no exterior.

Não há dúvida de que, para este governo socialista, todos somos iguais. Só que há uns mais iguais do que outros…
Assim se justificam os aumentos exorbitantes dos lucros da banca.
O “Correio da Manhã”, noticia na sua edição de hoje, que o “resultado líquido do BPI totalizou 218,1 milhões de euros de Janeiro a Setembro de 2006, mais 38 por cento do que no mesmo período do ano transacto”.

Estamos num verdadeiro paraíso para as actividades bancárias.
A banca portuguesa viu os seus lucros crescerem 30% em 2005, face ao ano anterior, de acordo com os dados oficiais do sector, disponibilizados pela Associação Portuguesa de Bancos (APB), no seu boletim informativo.Quando a nossa economia cresce 1, 2 ou 3 (?) por cento, os lucros dos bancos em Portugal crescem 30 e mais por cento. Há aqui qualquer coisa que não bate certo.

UMA PEQUENA HISTÓRIA PARA CONTAR

Há pouco tempo um amigo contou-me uma história passada no Estado Novo.
O banqueiro Pinto de Magalhães, em nome de toda a banca nacional, pediu uma audiência ao presidente do Conselho de Ministros, Professor, Doutor António de Oliveira Salazar, com o intuito de pedir que o Governo desse mais abertura para aumentar os lucros da banca.
A resposta de Salazar foi: - Os senhores já são tão ricos e ainda querem sê-lo mais ?

E a audiência terminou logo por ali…

Outros tempos... Outras vontades... Outros homens...
Manuel Abrantes

Comentários:
os portugueses ja sao tao engandos pelos capitalistas que ate se esquecem que quem os protegiam . e´ caso para dizer , volta SALAZAR , esta desculpado !
 
POEMA:

Salazar, Salazar...
Ohhhhhhhhhhhh, Salazar...
Penso em ti, Salazar, Salazar.
Ohhhhhhhh Salazar, ohhhhhhhhh Salazar.
Salazar, Salazar, ohhhh Salazar.
Pátria Salazar, Estado Novo Salazar.
Oh
 
O grande capital vive hoje como peixe na água.
 
Estou basicamente de acordo que a banca tem lucros obscenos, e não é por isso que estou aqui. Sucede que não estou de acordo com esta polémica da questão da fiscalidade porque acho uma falácia. O que se passa é que os bancos emitem obrigações das suas dívidas no estrangeiro para se financiarem e obter dinheiro para fazer empréstimos em Portugal. Obviamente têm de pagar juros dessas obrigações aos investidores estrangeiros e têm de o fazer sem fazer retenção de impostos na fonte. Caso contrário, os investidores estrangeiros não comprariam dívida dos bancos portugueses. E depois? Como era? Aumentavam ainda mais os custos dos créditos à habitação e outros, ou seja, a factura do comum do cidadão aumentava ainda mais. Há que analisar as coisas aprofundadamente antes de se embarcar nas conversas dos jornalistas que gostam de fazer capa de jornal.
 
Não é obrigatório aumentar as taxas. Basta reduzir os lucros exorbitantes.
Com crescimentos de lucros anuais acima dos 30 %.
 
Diz bem, Caro Abrantes, «outros tempos, outras vontades»...
E Homens de outra têmpera!

Abraço
 
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