quarta-feira, junho 06, 2007


COMUNISTAS ZANGADOS COM CARVALHO DA SILVA

Segundo o “Diário de Notícias” a linha dura do PCP não gostou da entrevista que o dirigente da CGTP ( central sindical afecta ao PCP), Carvalho da Silva, deu ao semanário Expresso e publicada antes da grave geral.
O sindicalista afirmou : "Só fiz greve uma vez na vida."
Claro que a afirmação foi capa da revista Única, editada com o jornal.

Isto serviu como a “gota de água” para transbordar o copo dos dirigentes mais ortodoxos do PCP. Ate porque, a ortodoxia comunista, têm vindo a criticar o dirigente sindical por ter aberto a central sindical a correntes católicas, socialistas e independentes.
Claro que os saudosistas das políticas da velha União Soviética não gostam nada deste tipo de aberturas. Nem das aberturas nem das franquezas…
A CGTP nasceu com a alvorada revolucionária do 25 de Abril com o único intuito de fazer de correia de transmissão do PCP no mundo laboral.
Para fazer de correia de transmissão e não só. Não nos podemos esquecer que o PCP lutou na altura pela chamada “Unicidade Sindical”, onde só seria permitida uma única central sindical, assim como a obrigatoriedade de inscrição dos trabalhadores nela e os descontos para o sindicato serem, obrigatoriamente, executados pelas entidades patronais sobre os vencimentos dos trabalhadores.
Isto teria sido um autêntico maná financeiro para as hostes do partido.

Mas a CGTP como correia de transmissão do PCP não foi a única. A central concorrente, a UGT, foi criada pelo PS com as mesmas intenções. Não por questões financeiras, mas como voz socialista no mundo do trabalho. Hoje já não está tão enfeudada ao PS devido ao forte apoio dos sociais-democratas.

Como podemos ver, as centrais foram criadas e desenvolvidas apenas com intuitos partidários. Como o PS e o PSD alternam no poder a UGT tem sentido algumas dificuldades no “combate” a certas medidas governamentais. Quer com os governos PS quer com os governos PSD.

E, quando o mundo sindical está enfeudado aos partidos é a eles, e aos seus interesses eleitoralista, que as centrais respondem ou de uma forma encapotada ou aberta, como é o caso da CGTP.
E depois ficamos muito admirados com as percentagens diminutas de trabalhadores sindicalizados.
È preferível ter o cartão do partido do que o do sindicato.
Pois… - já sei – sou um grande reaccionário e mentiroso. E aqui no www.estadonovo.blogspot.com vão aparecer já os acusadores de “fascista”.
Eu não é ?
Manuel Abrantes

Comentários:
Caro Manuel Abrantes, se me permite este tratamento
Aprecio a sua maneira cordata de escrever embora a idade me tenha feito perder a ingenuidade. Não obstante, sem autorização sua tenho publicado no meu blog alguns artigos seus. Mas retirá-los-ei se manifestar esse desejo.
Neste caso concreto,a questão pode ser encarada doutro modo: estando Carvalho da Silva ou outro sindicalista a tempo inteiro, ao serviço do sindicato, não tem que fazer greve, porque está empenhado na sua preparação e acompanhamento. Assim se deveráo interpretar as palavras de CS. Outro tanto não sucede com os dirigentes,delegados sindicais ou simples activistas, que não estejam a tempo inteiro, que esses sim, para além da preparação e acompanhamento da greve, têm obrigação de cumpri-la.
Um abraço
KX
 
Amigo e sr KX
Não sei qual é o seu blogue, mas desde já lhe tramsmitirei que tenho muito orgulho que transcreva os meus artigos (peças).
Transcrever artigos meus não necessitam de nenhuma autorização especial.Eles são trancritos em muitos espaços ciberneticos alguns já com grande "dimensões" como é o caso do Portugal Club.
Quanto à entrevista dado por carvalho da Silva, ele referia-se a toda a sua vida como trabalhador e não como dirigente da CGTP:
Claro que , como dirigente da CGTP, não tem de fazer greve. Tem de dirigi-la como foi o caso.
 
Caro Manuel Abrantes, se me permite este tratamento
Em 1970 o dia 1 de Outubro é a data adoptada como da fundação da organização que tomou o nome de Intersindical. Nesse dia quatro sindicatos, com direcções da confiança dos trabalhadores associados, (Caixeiros, Lanifícios, Metalúrgicos, Bancários, de Lisboa), convidaram outras direcções, também da confiança dos trabalhadores, para uma “sessão de trabalho e estudo de alguns aspectos da vida sindical cuja discussão lhes parece da maior oportunidade”.
Na sede dos Bancários realizou-se a 11 de Outubro a citada reunião, estando presentes 13 direcções sindicais
Os assuntos escolhidos para debate baseiam-se numa concepção de sindicalismo que desde então e até aos nossos dias são características fundamentais da prática sindical da CGTP-IN: a luta pela melhoria das condições de trabalho e pelos direitos e liberdades democráticas.
Naturalmente que a criação e organização da Intersindical não surgiu por acaso em 1 de Outubro de 1970. As suas raízes estão no sindicalismo combativo e revolucionário da 1ª República; na revolta contra a fascização dos sindicatos em 1934, na luta clandestina e decisiva dos comunistas para desenvolvimento do trabalho sindical dentro dos sindicatos “corporativos” “onde estavam os trabalhadores”; na constituição das comissões de unidade nas fábricas e de praça ou de jorna nos campos, desenvolvendo através do PCP e destas formas organizativas, acção unitária reivindicativa, que com altos e baixos manteve acesa a chama do sindicalismo e da luta dos trabalhadores.
Como se vê, a Intersindical "nasceu" antes do 25 de Abril, consequência do facto do PCP, embora forçado à clandestinidade após o 28 de Maio de 1928, ter resistido e combatido pela liberdade e democracia em Portugal, goste-se ou não dele.
Deve conhecer aquela fábula do velhote que à beira da morte chamou os filhos e a cada um deu uma vara dum arbusto qualquer. Qualquer deles partiu facilmente a sua vara, pelo que o velhote lhes deu um feixe de varas, que nenhum conseguiu partir. A herança do pai para os filhos foi que se mantivessem sempre unidos porque assim mais facilmente conservariam a sua força. E também o caro Manuel Abrantes conhece seguramente a velha máxima que é "dividir para melhor reinar"
Quanto à UGT, antecedida pela "Carta Aberta", foi, essa sim, uma criação conjunta do PS e do PSD. Uma visão sindicalista que reconhece isto encontra-se no "insuspeito" sítio http://www.ugt.pt/historia.htm
Mas o meu amigo, se me permite o tratamento, sabe disto tão bem ou melhor que eu!
Um abraço
KX
 
Sr Kx
A Intersindical foi fundada em 11 de Outubro de 1970 com 13 sindicatos, entre eles o do Jornalistas.
A 21 de Março de 1971 foi estabelecido o Programa Básico onde se exigia a liberdade sindical.

Não coloco em causa o que afirmou.
A Intersindical pode ter as suas raízes na I República.
Mas a Intersindical que conhecemos nasceu e implantou-se como a força que lhe deu o 25 de Abril.
E ainda bem!
Os sindicatos do Estado Novo estavam podres e caducos. Ou melhor: - Nem existiam como tal.

Agora a luta pela "Unicidade" Sindical foi implantada no verão de 1974.
Lembra-se da grande manifestação sobre a palavra de ordem
"Intersindical- Unidade Sindical" ?
Na minha peça apenas relembro esse facto. Mais nada.
Claro que dou a opinião sobre esses factos como a dei em 1974.
Discordando da Unicidade Sindical e da correia de transmissão que a Intersindical fazia com o PCP.
E passado 33 anos tudo continua na mesma.
Foi só isso o que eu pretendi transmitir com a minha peça.
Tal como critico também a UGT por ser outra "correia de transmissão".

Para mim o movimento sindical só será um autentico movimento de massas quando se desligar dos partido.
Eu disse desligar. Não disse: estar contra.
Até porque entendo que todo e qualquer movimento sindical deve manter contactos com todas as organizações políticas sejam elas de que quandrante o forem.
Quando aceitam a filiações dos seus associados também não lher perguntam qual é o partido a que pertencem. Por isso têm de estar completamente desligadas dos feudos partidários.
Quando assim o for, pode ter a certeza que temos um poder sindical que defende os trabalhadores e uma voz determinante no poder central.
Manuel Abrantes
 
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