sexta-feira, julho 27, 2007






27 de Julho
SALAZAR
O HOMEM E O ESTADISTA

Salazar visto por:
Manuel Abrantes

A 27 de Julho, e como é habitual, o blogue “Estado Novo” "Portugal Club"e o “Capitão do Ar” unem esforços numa parceria para recordar a figura do estadista e do homem.
António de Oliveira Salazar faleceu a 27 de Julho de 1970, em Lisboa, tendo gerido os destinos do País por mais de três décadas.
Salazar foi ministros das Finanças entre 1928 e 1932 e Presidente do Conselho até 1968.
Após 37 anos da sua morte a figura do estadista nunca levantou tanta celeuma como a que ocorre nos dias de hoje. E não é por mero acaso.
Também não é, como o dizem alguns dos seus detractores, por tentativas de branqueamento e de saudosismos passadistas.
Não acredito que exista, nos dias que correm, alguém com “dois dedos de testa” que pense em implantar qualquer regime de partido único.
Os tempos políticos do passado têm de ser analisados no seu tempo e no espaço geográfico onde ocorreram. O passado não tem de ser branqueado. Não necessita! Mas, também não pode ser enxovalhado e ridicularizado. O passado tem de ser analisado, meramente, como passado.

Mas o que faz, nos dias que correm, tanta apetência pela a figura do estadista?
Isto, especialmente, nas classes mais jovens.
Podem existir todas, e mais algumas, razões. Para mim há uma que se sobrepõe a todas:
Foi toda uma vida dedicada, em exclusivo, à causa pública. Foram mais de três décadas da sua vida que o estadista dedicou, e se entregou, à gestão dos destinos de Portugal Continental e de Além-Mar.
Podem acusa-lo de tudo menos de falta de dedicação a uma causa: - A Nação Portuguesa.

Mas, o mais importante de tudo – é aqui que os detractores engolem em seco – o “tirano” o “ditador” o “facínora”, etc, etc faleceu tão pobre, financeiramente, como quando entrou para o Governo. Nem ele, nem ninguém da sua família, retirou proveitos financeiros de mais de três décadas de poder governativo.
Salazar serviu a Nação sem nunca se ter servido de um único tostão.
Jaz na sua aldeia natal em campa rasa – assim por ele exigido – e a única herança de bens materiais que deixou aos descendentes (sobrinhos) foi a velha casa que o seu pai lhe tinha, também, deixado por herança.
Nasceu filho de um feitor das terras das beiras e faleceu tão pobre como nasceu, mas com a grandeza de uma vida dedicada à causa Nacional.


Como ninguém consegue limpar a história, deixo aqui uma passagem do seu discurso proferido em Janeiro de 1949, no Palácio da Bolsa do Porto:

Devo à Providência a graça de ser pobre: sem bens que valham, por muito pouco estou preso à roda da fortuna, nem falta me fizeram nunca lugares rendosos, riquezas, ostentações. E para ganhar, na modéstia em que me habituei e em que posso viver, o pão de cada dia não tenho de enredar-me na trama dos negócios ou em comprometedoras solidariedades. Sou um homem independente.
"Nunca tive os olhos postos em clientelas políticas nem procurei formar partido em que me apoiasse mas em paga do seu apoio me definisse a orientação e os limites da acção governativa. Nunca lisonjeei os homens ou as massas, diante de quem tantos se curvam no Mundo de hoje, em subserviências que são uma hipocrisia ou uma abjecção.
"Se lhes defendo tenazmente os seus interesses, se me ocupo das reivindicações dos humildes, é pelo mérito próprio e imposição da minha consciência de governante, não por ligações partidárias ou compromissos eleitorais que me estorvem. Sou, tanto quanto se pode ser, um homem livre".

Não vou fazer qualquer comentário. Faça-o o meu amigo e leitor. Mas faça-o para si; para a sua consciência de cidadão e de português.



SALAZAR : NA SUA ÉPOCA E PARA OS NOSSOS DIAS

Salazar visto por:
Santos Queiroz

Salazar, diga-se agora o que se disser, teve características que ainda hoje ninguém lhe negará, nem mesmo os seus detractores, sejam elas a sua preserverança, que por tempos de dificuldade governativa nunca dantes experimentada, como foram a II Guerra Mundial e a Guerra Fria (das quais nos livrou e soube, até tirar proveito para glória e benefício desta Nação que amava), nunca vacilou, a sua honestidade (que não era compartimentada, como as de hoje, em que num dia se diz algo, noutro se diz diverso, a uns chega tal facto e a outros outro completamente diferente) que chegou ao ponto de lhe acrescentar muitos inimigos, mesmo entre os que o apoiavam e muita admiração entre todos os outros, mesmo que antes o abominassem e o seu distanciamento, que poderemos muito bem tomar como sentido de estado, que o impediu de tirar proveito pessoal daquilo que ele entendia, como só os grandes fazem, ser o sagrado dever de servir à sua Pátria, aos seus.
Salazar fez algo que ainda hoje não o conseguem fazer os que se dizem defensores do povo: nascer pobre, viver humilde e morrer digno, sem ostentação, apenas com o reconhecimento que lhe era devido.
Salazar pôs diante de si uma das mais difíceis missões da História da Humanidade: a de saber governar. Saber governar não como lhe ensinaram, porque poucos ou ninguém antes dele soubera levar o país tão longe, num contexto semelhante, mas como o seu génio, informado e sensato, o levou a fazer. Governou como os que verdadeiramente governam pátrias, sem nunca o fazer com a recompensa pessoal como objectivo ou com os interesses dos outros como influência. Só o desígnio nacional lhe interessava.
Ao início, recusaria o que lhe ofereciam. No Ministério das Finanças não seria um fantoche dos militares. Viria a ser o guia, sim, mas do interesse de todos, não de interesses específicos. O regime que funda, nos anos ’30 do século XX viria a pautar-se pela sua rigidez e por um carácter muito próprio, derivado de muitas características do seu líder, com 5 características que se destacam:
1) A União de todos em torno do ideal comum. Não havia, portanto, lugar a «partes», mas sempre ao Todo. O único partido seria o da Nação. Isto foi feito depois da confusão da Primeira República, e teve valor por introduzir a esperada estabilidade que todos queriam. Hoje terá outra interpretação, mas o contexto impõe-se.


2) O mérito impunha-se. A Universidade era entendida como a verdadeira “seara” dos líderes, não o exército ou grupos ideológicos / associativos. Desde cedo, sabiam os Portugueses que para serem “isto”, teriam de ser “isto”, e que consoante o que fizessem, assim seria a sua recompensa. Não havia uma igualdade de condições iniciais, como nenhuma sociedade conseguiu, aliás, ainda criar, mas havia a segurança de que o esforço e a dedicação eram virtude e de que a virtude tornava os homens mais fortes, para si próprios e d’ entre os outros. O erro não era fatal, mas era punido, se a responsabilidade pessoal a isso levasse.

3) A disciplina e a obediência tudo regulavam. Assim se entendia o que antes foi referido, de o mérito conduzir os percursos pessoais, mas com o sentido de oportunidade, necessidade e obediência que os regulavam. O próprio Salazar destaca, nos seus Discursos, que tentou impor uma realidade em que os dons de cada um só pudessem ser privilégio duma instituição e nunca factor de desagregação. A ganância, que Salazar nunca teve, não era premiada. Já o espírito de iniciativa, floria, por ser estimulado pela organização em que tudo se movia.

4) A Moral Cristã e a Tradição eram bem quistas e cultivadas. Salazar fora educado numa família que as praticava, teve o seu percurso académico fortemente influenciado pelas mesmas e nunca as esqueceu, no seu plano nacional.

5) O conhecimento do que era Português nunca faltou a Salazar. Soube continuar o trabalho em África, que outros não souberam terminar. Soube preservar-nos do que de mau se passava pelo estrangeiro (e muitos dos que fizeram a apologia da cópia, hoje se arrependem de o terem feito) e criou uma Sociedade acolhedora, que os que visitavam ou escolhiam como nova morada sabiam identificar como a mais hospitaleira de todas, no Mundo.

Assim, que lições nos deixou Salazar da sua paciência, da sua integridade, da sua mentalidade sempre disponível a boas ideias, desde que provadamente correctas? Que os que o seguissem tudo fizessem com clareza, aquela clareza que hoje, nesta névoa política, social, cultural e económica nos falta.
Salazar soube que não tinha um país perfeito. Mas construiu um país diferente, mais moderno e que, no entanto, soube preservar a sua identidade. Um país que vivia e viveria por mais tempo, certamente, do que era possível, e não apenas de sonhos ou vontades, porque são essas que devem ceder, e nunca aquilo que é o verdadeiro.
Salazar, criticam-no, foi muito rígido para os que o enfrentaram. Mas quem não seria, vendo-se ameaçado por um mundo cruel que não se compadecia do mais pequeno deslize?
Salazar, criticam-no, foi muito obstinado na sua concepção do mundo. Mas quem não seria obstinado, depois de quase 4 décadas de proveito para a nação, e de ver que muitos sonhos da sua geração (como foram o fervor nacionalista-republicano e o de reavivar a Alma e Império Portugueses) caíram por terra ou foram menosprezados pelos descendentes dos que sempre o apoiaram? Salazar foi derrubado pelo confronto de gerações. A geração que viveu do que podia e lutou sempre pelo futuro dos que viriam deu o lugar à que vivia de sonhos e quis tirar para si todo o proveito possível, nunca antevendo o futuro dos seus filhos. E hão-de ser estes os melhores juízes de qual terá sido a que mais sólida obra deixou.
Até lá, cá vamos, levados, levados sim, mas por mãos que nem conhecemos, e que nem se preocupam muito com o que deviam.

Assim, este estadista não foi certamente perfeito, como também nenhum de nós, muito provavelmente, no seu juízo perfeito, se poderá julgar. Assim, creio que não poderá ser copiado na sua acção, já que aquilo por que se destacou, que foi a adequação àquilo que dele foi exigido, os condicionalismos de época, tudo mudou. Portugal já não é o mesmo, os Portugueses vivem de forma diversa e pensam doutra maneira. Mas a sua maneira de encarar a política, a sua personalidade muito típica, que por muito tempo há-de ser paradigmática, essas sim, podem ser vistas como inspiração pelos vindouros.

Comentários:
Em primeiro lugar deixar expresso o meu contentamento por esta data que hoje se comemora: a morte de Salazar só não é um momento mais bonito porque não correspondeu à morte do fascismo e similares.

Em segundo lugar, o post de homenagem à sinistra figura é todo ele fruto da mistificação da personlidade, da mentira e falsidade em torno de um ser sem escrúpulos que passou por cima de tudo e de todos para ao Povo Português a vontade de meia dúzia de senhores do dinheiro.

Recorde-se que 7 famílias monopolistas dominavam toda a economia nacional e, através dela o poder político. Quem não conhece as famosas medidas de condicionamento e de protecção aos monopólios de uma oligarquia decadente que sustentava o austero Presidente do Conselho.

Dizer-se que Salazar dedicou a sua vida à causa pública é brincar com os milhões de portugueses que viveram sob o seu Governo e as suas políticas mais dedicadas às causas económicas do capital financeiro (industrial + bancário)do que à causa pública.

Dizer que essa causa pública era a nação portuguesa é abusar da verdade e da história, por mais que se endeuse Salazar a realidade é que nação foi a principal prejudicada com as suas políticas.
Isolada internacionalmente, fechada sobre si, sub-desenvolvida, miserabilista, empobrecida, envolvida numa guerra sem sentido, a sofrer um êxodo para o estrangeiro sem precedentes na nossa história, com uma profundamente injusta distribuição da riqueza, um País atrasado, muito dependente do mundo rural, um País submetido à vontade de uns quantos.

Salazar não ficou mais rico, mas o Povo português ficou certamente mais pobre. Salazar fazia a apologia da miséria, do Povo submisso e sem ambições (um fato que aliás nunca serviu os portugueses), um Povo amordaçado e criado na cultura do medo, um povo analfabeto e sem perspectivas.

Aquilo que ainda hoje vivemos em Portugal do ponto de vista cultural é reflexo desse Portugal salazarista.

Salazar foi o instrumento perfeito para uma burguesia decadente, hipócrita, mafiosa e corrupta.
Abençoado pela Santa Madre Igreja, com Cerejeira à frente, Salazar governou ao sabor dos interesses dos monopólios: CUF, Champalimaud, Espírito Santo, Português do Atlântico, Borges e Irmão, Nacional Ultramarino e Fonsecas & Burnay.

Estes eram os que manipulavam a marionette chamada Salazar.

As características apontadas a Salazar sã geniais:

União de todos - nem que fosse à bruta, a união criada pelo esmagamento e não em torno das questões concretas e da soluções propostas. Salazar não uniu, dividiu e continua a dividir.

Mérito - era apreciado não em função do seu valor real, mas do valor que poderia ter para o ditador. A quantidade de intelectuais, professores, cientistas e artistas, perseguidos, humilhados, afastados, ameaçados e até assassinados, revela o valor que a besta dava ao mérito.

Disciplina e obediência - esta sim uma característica levada ao extremo, o País acefalo, sem poder pensar, limitado a cumprir as ordens superiores, o Povo português visto como um animal amestrado, como um cão que tem de cumprir as ordens do dono.
Salazar era o capataz, os patrões contavam os cifrões.

Moral cristã e tradição - não acredito que seja apanágio da moral cristã a morte, a guerra, a tortura, a cultura do terror e da falta de liberdade. E a tradição de um povo de aventureiros e descobridores também não combina com pequenez, com o elogio da miséria, com a tacanhez do discurso, com a falta de visão estratégica sobre os problemas do mundo e do País.

Conhecimento do que era Português - nem isso Salazar tinha, ele confundiu Portugal com o quintal de sua casa em Santa Comba Dão e mais uma vez tentou impingir a outros uma portugalidade que outros há muito vinham rejeitando e nessa sua visão do que era português ceifou a vida a milhares de (esses sim, verdadeiros) portugueses.

A herança de Salazar é um País vitima do fascismo, sem desenvolvimento económico, sem instituições democráticas, em guerra com outros povo, isolado no contexto internacional, com a economia nacional dirigida para o esforço de guerra, com um empobrecimento generalizado da população, com emigração em massa, com o aparelho produtivo nacional entregue a meia dúzia de enfeudados ao capital internacional, ...

Enfim, por mais que se escreva a história não se apaga...

A pergunta que fica no ar é porque razão a cadeira demorou tanto tempo a partir-se?

Por um Portugal livre, justo e solidário, um País de desenvolvimento e progresso, não esqueceremos Salazar e seus amigos.
 
duarte vaia fumar outra ganza para ver se a rabujisse passa
 
Não nutro qualquer tipo de respeito pela memória desse homem.
A data será para festejar, isso sim, a sua morte, ainda que muito tardia.
Abalou tarde e por isso viveu o suficiente para cometer, mandar cometer ou ser conivente com todas as atrocidades muito bem elencadas pelo Duarte.
Que a terra lhe seja pesada.
 
Não há dúvida que por aqui - neste sito - passam os verdadeiros democratas da opinião livre.
Mas... Ainda bem!
Até gosto de os ver por aqui.
Não vou comentar opinões carregadas de ódio. Não passam de opiniões que transpiram ódio por todos os poros.
 
Salazar não desperta odio, desperta medo e a vergonha (???) de certos politicos que se enchem à conta do povo.
Depois tem este lacaios, comedores de migalhas, que por aqui andam.
Manuel Abrantes:
- Aceitar livremente os comentários desta gente só demonstra o seu caracter de homem integro.
É pena estes gente não ter conhecido, noutros tempos, o MA que sempre soube criticar o regime anterior e mesmo Salazar, sem nunca deixar de respeitar tal figura.
Lembro-me numa determinada reunião, onde se discutiu o Estado Novo, alguém ter perguntado ao MA o que, na sua opinião, Salazar deveria ter feito após a 2º Guerra Mundial.
O Jovem Manuel Abrantes, erguendo a voz e virando-se para toda a assistência (que até era do regime) disse:
Com todo o respeito.
Mas Salazar deveria ter-se retirado para Santa Comba e assim abrir caminho para uma politica de auto-determinação das Províncias Ultramarinas e a uma linha de aberturas à Democracia.
A sala ficou em silêncio.
A pessoa que fez a pergunta respondeu a MA:
" Não sei se te prenda de te comprimente pela ousadia e a coragem".
Abrantes sorrio e foi apertar-lhe a mão.

Desculpa Manuel, mas tinha de contar isto aqui no blogue.
Ana Rodrigues
 
Que a alma do Grande Estadista, repouse em Paz...
E que a sua memória seja honrada pelos Portugueses!

Bluetorch
 
Este "duarte" deve ser militante do PS e acionista do BCP. Só pode.
 
Homem honrado, filho de gente humilde. Governou Portugal entre 1928 e 1968. António de Oliveira Salazar, o maior estadista de todos os portugueses, dedicou-se de alma e coração a governar o País. Nunca andou a fazer inaugurações com grandes banquetes, nem passeios pelo planeta a esbanjar o dinheiro dos portugueses, nem tinha casa de praia nem de campo. Deixou centenas de toneladas de barras de ouro e livrou-nos do horror da 2ª Guerra Mundial. Morreu pobre a 27 de Junho de 1970.
 
Salazar,foi um grande estadista e um grande Português, e quem negar estas evidências está a negar a sua própria identidade como povo.

Cumprimentos
marcorijo
 
Começo por dizer que, o quer o comentador Duarte diz é pura retórica de Esquerda, um tanto requentada e estilo "Voz do Dono", aqui na figura de Álvaro Cunhal, o qual em luta com o ex-ditador pela tomada do poder, doutrinava os seus seguidores com esta cassete gasta e estafada de tanto uso.
Como conheci a Esquerda, percebo o seu ódio visceral por Salazar, tanto como certamente a sua adoração por Cunhal ou Estaline.
Realmente também tive a minha parte de anti-salazarista, também achava que era um representante do fascismo em Portugal, o tal defensor das poucas famílias poderosas cá do burgo, mas pouco a pouco (resultado da idade), fui sendo mais cauteloso e fui me apercebendo, que a tal doutrinação a que fui submetido, afinal baseava-se não na realidade mas na verdade que queriam que fosse.
Aliás o Sr. Duarte, que acusa Salazar de protector das tais 7 famílias monopolistas, atente por favor, se não são as mesmas que hoje juntamente com os Belmiros, os Amorins e outros, não manipulam afinal, os (des)governos que nos tem tramado a vida após o 25/4, não são novamente os Melos, os Champalimauds, os Espíritos Santos, que controlam estes governos que até se intitulam de Esquerda?
Andará só desatento ou tem mesmo falta de óculos?
Curiosamente, a minha opinião sobre Salazar (e continuo a não ser Salazarista, apenas o compreendo melhor), alterou-se um, pouco mais favorávelmente após há 4 ou 5 anos, ter visto a exposição sobre o desenvolvimento industrial em Portugal no século XX, exposição esta que esteve patente na Cordoaria.
Aí pude verificar, como nas três primeiras décadas do século XX, Portugal estava no 4º ou 5º Mundo, tendo progressivamente avançado para um 2º Mundo a uma velocidade muito maior do que certos países mais avançados na época.
Realmente no fim da década de 20, o atraso era tanto, que num filme documentário da época, viam-se as pessoas andarem descalças na rua, muitas vezes autênticos maltrapilhos, mostrando corpos que, mais pareciam vindos de Auschewitz ou parecido.
O nosso atraso industrial era enorme, as simples limas, ferramentas essenciais em qualquer oficina, eram ainda picadas à mão, práticamente da mesma forma que na época pré-industrial, energia eléctrica era apanágio só de meia dúzia de grandes cidades ou vilas e mesma assim de uma forma restrita.
A pobreza era generalizada, os hospitais eram quase inexistentes, o tratamentos dos enfermos pobres, era "obra" para bruxas e curandeiros, apoios aos desvalidos eram mínimos, qualquer doença mais incapacitante era porta aberta para uma miséria profunda, nas aldeias ainda se trocavam bens por trabalho, circulando pouco dinheiro pelas mãos dos pobres, educação só mesmo para os mais afortunados, o analfabetismo era na ordem dos 90/95%, que mais quer acrescentar?
Ora Salazar, o que fez foi tentar equilibrar o "défice" das contas correntes.
Na altura tal como hoje, estávamos endividados ao estrangeiro e não mereciamos lá grande confiança, pelo que, como novamente hoje, os juros reflectiam essa pouca confiança.
Salazar conseguiu, com pesados impostos para a época é certo, resolver o problema do défice e até conseguiu empréstimos lá fora, o que era impensável nos últimos tempos da Iª República, utilizados nos inicio do desenvolvimento do País, construiu caminhos de ferros, construiu estradas, (na altura não havia Scut's), construiu bairros sociais, construiu Hospitais (não esqueçam que os grandes hospitais centrais, Sta. Maria e S. João são obras dele, ainda hoje importantes hospitais), desenvolveu-se dentro dos possíveis a Agricultura, criou os Cursos Técnicos Industriais e Comerciais, os tais que, os esquerdistas após o 25/4, disseram que eram descriminatórios, pois feitos "apenas" para os filhos dos operários e por conseguinte, foram "abatidos" com o "lindo" resultado a que assistimos hoje, sem técnicos qualificados e com licenciados nas caixas dos supermercados ou a varrerem o lixo.
Não esqueçamos que, Portugal é um país pobre em matérias primas, com um território 25 vezes maior do que somos hoje, com uma população pequena e pobre, com conflitos inter-partidários enormes, com uma Carbonária que ia a casa dos opositores buscar as suas vítimas para já não aparecerem com vida, que acabou com um vintena de anos de greves que prejudicavam mais, os mais pobres do que os ricos.
Prendeu alguns e morreram outros, mas pergunto: e se fosse Cunhal o Chefe do Governo, será que não faria ainda pior, os mortos seriam só aqueles que foram, quantas vezes não seriam mais?
Sr. Duarte não seja faccioso, não vá em tretas, estude as coisas como se passaram não ingira um pensamente já cozinhado, seja racional, e deixe lá o Salazar em paz, e preocupe-se com estes que são bem piores.
cumprimentos.
 
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