segunda-feira, julho 23, 2007
A CRISE NA CHAMADA DIREITA
Depois do anuncio de eleições internas no PSD, a reflexão de Paulo Portas no CDS e, agora, o pedido de demissão de Manuel Monteiro do PND, não há dúvida que os resultados eleitorais nas intercalares de Lisboa provocaram estragos na intitulada Direita.
A Direita prepara-se para mudar as caras ou, ficarem as mesmas, mas com o voto de confiança dos militantes. E, nada irá mudar até à próxima crise eleitoral.
A chamada direita em Portugal sempre foi, politicamente, aquilo que a esquerda quis.
Desde a implantação da Democracia que a esquerda dominou e impôs as regras do jogo. Regras, que sempre foram marcadas pelos interesses políticos dos partidos de esquerda - muito especialmente o PS - que dominam, por completo, os órgão de comunicação social.
E não foram, somente, os órgãos de comunicação social. O PREC – Período Revolucionário em Curso, deixou as suas marcas com a ocupação de tudo o que foi poder. Uma ocupação que não se limitou apenas aos órgãos de Estado mas, também, em tudo o que tinha a ver com a sociedade em geral.
A esquerda criou a acusação de “fascista” a tudo e a todos que não alinhavam, directa ou indirectamente, com as suas posições. Criou a fobia do antifascismo. Fobia e não só: as perseguições foram uma realidade que, paulatinamente, estão a imporem-se novamente.
A chamada direita sempre aceitou o jogo político imposto pela esquerda mesmo que, por algumas vezes, tenha tentado alterar esse jogo. Foi o caso do voto contra a Constituição pelo CDS, em 2 de Abril de 1976.
A Direita sempre esteve refém do medo da alcunha de “fascista”. Nunca teve a coragem de desmistificar tal coisa e de assumir o seu distanciamento a tal sistema político. Sistema esse, que nunca existiu em Portugal. O que existiu, sim, foi um Estado Corporativo. Se fascista é um regime apenas de partido e pensamento único, e de polícias politicas, o que iremos chamar aos regimes, ditos, socialistas ?
Voltemos à Direita
A Direita aceitou não só o jogo da Esquerda como entrou nele e defendeu-o com “unhas e dentes”. Aceitou e aceita-o em troca de lugares remunerados. Por isso, o que se poderia assumir como de Direita nunca passou de uma peça amarelecida no jogo da Esquerda.
A Direita nunca existiu em Portugal porque, desde sempre, teve medo de se assumir como tal.
A Esquerda impôs a regra que ser de Direita é defender o capital contra o assalariado; é defender o rico em vez do pobre; é defender o capitalismo internacionalista e o fomento do lucro sobre as politicas sociais.
Bem! O que diremos desta sociedade gerida em grande parte pela Esquerda ?
O que diremos das políticas governamentais do “nosso” governo socialista?
È a dita Esquerda a fazer, e a fomentar, as políticas que acusa a Direita de possuir como princípios de gestão politica governativa.
Nunca o capitalismo foi tão capitalista ( na essência pejorativa da palavra); nunca a banca teve tantos lucros ; nunca os ricos foram tão ricos; nunca o fosso entre pobres e ricos foi tão profundo.
A Direita em Portugal nunca teve a coragem em se assumir contra todas estas situações e apresentar alternativas sociais. O único governo – assumo isso! – que deu um ligeiro toque nesse sentido foi o de Pedro Santana Lopes, desde logo destruído e achincalhado pela comunicação social e pelo próprio Presidente Jorge Sampaio, que o demitiu mesmo contando ele com uma maioria absoluta no Parlamento.
O sistema esquerda-direita deixou de ter sentido político. A população está a afastar-se, cada vez, mais da sua missão politica porque perdeu os sinais de valor que os políticos ou os partidos devem transmitir. Hoje, ninguém sabe onde começa a esquerda e acaba a direita. Hoje, já não há pontos de referência, porque este sistema deixou de ter referências. Por isso, não é a direita que está em crise. È todos este sistema.
Manuel Abrantes
Depois do anuncio de eleições internas no PSD, a reflexão de Paulo Portas no CDS e, agora, o pedido de demissão de Manuel Monteiro do PND, não há dúvida que os resultados eleitorais nas intercalares de Lisboa provocaram estragos na intitulada Direita.
A Direita prepara-se para mudar as caras ou, ficarem as mesmas, mas com o voto de confiança dos militantes. E, nada irá mudar até à próxima crise eleitoral.
A chamada direita em Portugal sempre foi, politicamente, aquilo que a esquerda quis.
Desde a implantação da Democracia que a esquerda dominou e impôs as regras do jogo. Regras, que sempre foram marcadas pelos interesses políticos dos partidos de esquerda - muito especialmente o PS - que dominam, por completo, os órgão de comunicação social.
E não foram, somente, os órgãos de comunicação social. O PREC – Período Revolucionário em Curso, deixou as suas marcas com a ocupação de tudo o que foi poder. Uma ocupação que não se limitou apenas aos órgãos de Estado mas, também, em tudo o que tinha a ver com a sociedade em geral.
A esquerda criou a acusação de “fascista” a tudo e a todos que não alinhavam, directa ou indirectamente, com as suas posições. Criou a fobia do antifascismo. Fobia e não só: as perseguições foram uma realidade que, paulatinamente, estão a imporem-se novamente.
A chamada direita sempre aceitou o jogo político imposto pela esquerda mesmo que, por algumas vezes, tenha tentado alterar esse jogo. Foi o caso do voto contra a Constituição pelo CDS, em 2 de Abril de 1976.
A Direita sempre esteve refém do medo da alcunha de “fascista”. Nunca teve a coragem de desmistificar tal coisa e de assumir o seu distanciamento a tal sistema político. Sistema esse, que nunca existiu em Portugal. O que existiu, sim, foi um Estado Corporativo. Se fascista é um regime apenas de partido e pensamento único, e de polícias politicas, o que iremos chamar aos regimes, ditos, socialistas ?
Voltemos à Direita
A Direita aceitou não só o jogo da Esquerda como entrou nele e defendeu-o com “unhas e dentes”. Aceitou e aceita-o em troca de lugares remunerados. Por isso, o que se poderia assumir como de Direita nunca passou de uma peça amarelecida no jogo da Esquerda.
A Direita nunca existiu em Portugal porque, desde sempre, teve medo de se assumir como tal.
A Esquerda impôs a regra que ser de Direita é defender o capital contra o assalariado; é defender o rico em vez do pobre; é defender o capitalismo internacionalista e o fomento do lucro sobre as politicas sociais.
Bem! O que diremos desta sociedade gerida em grande parte pela Esquerda ?
O que diremos das políticas governamentais do “nosso” governo socialista?
È a dita Esquerda a fazer, e a fomentar, as políticas que acusa a Direita de possuir como princípios de gestão politica governativa.
Nunca o capitalismo foi tão capitalista ( na essência pejorativa da palavra); nunca a banca teve tantos lucros ; nunca os ricos foram tão ricos; nunca o fosso entre pobres e ricos foi tão profundo.
A Direita em Portugal nunca teve a coragem em se assumir contra todas estas situações e apresentar alternativas sociais. O único governo – assumo isso! – que deu um ligeiro toque nesse sentido foi o de Pedro Santana Lopes, desde logo destruído e achincalhado pela comunicação social e pelo próprio Presidente Jorge Sampaio, que o demitiu mesmo contando ele com uma maioria absoluta no Parlamento.
O sistema esquerda-direita deixou de ter sentido político. A população está a afastar-se, cada vez, mais da sua missão politica porque perdeu os sinais de valor que os políticos ou os partidos devem transmitir. Hoje, ninguém sabe onde começa a esquerda e acaba a direita. Hoje, já não há pontos de referência, porque este sistema deixou de ter referências. Por isso, não é a direita que está em crise. È todos este sistema.
Manuel Abrantes
Comentários:
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Sr. Manuel Abrantes
Considera o sistema Democrático em crise?
Considera a Democracia como a culpada da crise na direita?
Considera o sistema Democrático em crise?
Considera a Democracia como a culpada da crise na direita?
A discussão sobre a existência ou não de fascismo em Portugal chega a raiar o delirante.
Toda a estrutura do Estado foi montada à semelhança do Estado Fascista italiano, com algumas diferenças de escala e de particularidades ao nível das políticas económicas.
De resto, tudo semelhante, organização juvenil fascista, organização para-militar fascista, organização de mulheres fascista, sindicatos fascistas, censura fascista, polícia política fascista, colonialismo fascista, partido único fascista, para já não falar das questões da estética fascista e da ideia de lusitano como uma raça.
Enfim, o Estado português assumiu claramente o fascismo como doutrina oficial, misturado aqui e além com a pequenez e a visão limitada do senhor de Santa Comba Dão e seus amigos.
Por muito que custe aos revisionistas da história, a verdade é que a forma como foram aplicados a cada País determinadas opções políticas não é sempre igual.
O socialimo soviético não era igal ao albanês, ou ao chinês, ou ao cubano.
Mas, V. Exas. não põem em causa a designação de socialistas.
O liberalismo norte-americano não é igual ao britânico, ou ao japonês.
As sociais democracias europeias diferem entre si, em alguns casos de forma substancial, mas não deixam de o ser.
Como não existem na prática modelos puros, como não existem modelos estáticos e importáveis para as diferentes realidades, então nunca poderiamos fazer uma classificação de qualquer natureza.
A mistificação e o branqueamento do fascismo em Portugal têm objectivos claros e conhecidos, não se compreende porque teimam em tentar esconder tais factos por detrás de teses estafadas e sem qualquer sustentação.
Toda a estrutura do Estado foi montada à semelhança do Estado Fascista italiano, com algumas diferenças de escala e de particularidades ao nível das políticas económicas.
De resto, tudo semelhante, organização juvenil fascista, organização para-militar fascista, organização de mulheres fascista, sindicatos fascistas, censura fascista, polícia política fascista, colonialismo fascista, partido único fascista, para já não falar das questões da estética fascista e da ideia de lusitano como uma raça.
Enfim, o Estado português assumiu claramente o fascismo como doutrina oficial, misturado aqui e além com a pequenez e a visão limitada do senhor de Santa Comba Dão e seus amigos.
Por muito que custe aos revisionistas da história, a verdade é que a forma como foram aplicados a cada País determinadas opções políticas não é sempre igual.
O socialimo soviético não era igal ao albanês, ou ao chinês, ou ao cubano.
Mas, V. Exas. não põem em causa a designação de socialistas.
O liberalismo norte-americano não é igual ao britânico, ou ao japonês.
As sociais democracias europeias diferem entre si, em alguns casos de forma substancial, mas não deixam de o ser.
Como não existem na prática modelos puros, como não existem modelos estáticos e importáveis para as diferentes realidades, então nunca poderiamos fazer uma classificação de qualquer natureza.
A mistificação e o branqueamento do fascismo em Portugal têm objectivos claros e conhecidos, não se compreende porque teimam em tentar esconder tais factos por detrás de teses estafadas e sem qualquer sustentação.
Sr. Duarte.
As sociedades ditas socialistas também tiveram a organização Juvenis ( Os Pioneiros): a das mulheres comunistas, as organizações para-militares; os sindicatos controlados pelo poder central; a policia politica (KGB –por exemplo); o partido único, etc, etc.
Será que também foram uma remanescencia do estado fascista italiano ?
Se possuir todos este predicados é um estado fascista – como o diz- então o que foi a antiga União Soviética e seus países satélites e colonizados ?
E a actual Cuba?
Seguindo a sua linha de pensamento, também eles, não passaram de estados fascistas.
Da sua linha de pensamento é a ilação que se retira
As sociedades ditas socialistas também tiveram a organização Juvenis ( Os Pioneiros): a das mulheres comunistas, as organizações para-militares; os sindicatos controlados pelo poder central; a policia politica (KGB –por exemplo); o partido único, etc, etc.
Será que também foram uma remanescencia do estado fascista italiano ?
Se possuir todos este predicados é um estado fascista – como o diz- então o que foi a antiga União Soviética e seus países satélites e colonizados ?
E a actual Cuba?
Seguindo a sua linha de pensamento, também eles, não passaram de estados fascistas.
Da sua linha de pensamento é a ilação que se retira
Claro Sr. Abrantes que entre muitas outras diferenças, a questão fundamental é que o Estado Português sob o fascismo constituiu-se como um Estado ao serviço dos grandes monopólios económicos e dos latifundiários.
O fascismo português colocou o Estado de cócoras perante uma burguesia sedenta de proteccionismo, ou seja, um Estado como instrumento dos interesses e vontades do mais retrogrado patronato.
E como V. Exa. bem sabe um Estado burguês e um Estado operário são coisas bem diferentes.
O que é certo é que em Portugal o fascismo foi a ditadura terrorista e assassina ao serviço do capital, tal como aconteceu na vizinha Espanha, a Itália e na Alemanha.
O fascismo português colocou o Estado de cócoras perante uma burguesia sedenta de proteccionismo, ou seja, um Estado como instrumento dos interesses e vontades do mais retrogrado patronato.
E como V. Exa. bem sabe um Estado burguês e um Estado operário são coisas bem diferentes.
O que é certo é que em Portugal o fascismo foi a ditadura terrorista e assassina ao serviço do capital, tal como aconteceu na vizinha Espanha, a Itália e na Alemanha.
Sr Duarte.
O senhor vive em Portugal?
O grande capitalismo tem, nos dias actuais, lucros como nunca teve.
Nunca o capitalismo teve tanto poder, no campo político, como actualmente.
Nunca os lobbys do grande capital dominaram tanto como estão a dominar.
O senhor sabe, perfeitamente, ao que me estou a referir.
Então? Este regime também é fascista?
O senhor vive em Portugal?
O grande capitalismo tem, nos dias actuais, lucros como nunca teve.
Nunca o capitalismo teve tanto poder, no campo político, como actualmente.
Nunca os lobbys do grande capital dominaram tanto como estão a dominar.
O senhor sabe, perfeitamente, ao que me estou a referir.
Então? Este regime também é fascista?
Só não o será porque ainda não assumiu uma expressão de violência e repressão em defesa desses mesmos interesses, tal como aconteceu no fascismo em Portugal.
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