quinta-feira, julho 19, 2007


QUANDO O DESESPERO LEVA AO SUICÍDIO E AO ASSASSINATO


O caso do empreiteiro do Montijo, que chacinou a família e suicidou-se em seguida, tem levantado as mais variadas reacções.

Adelino Freire, de 47 anos, depois de ter assassinado a mulher e as duas filhas espalhou por cima dele mais de 130 mil euros em notas e suicidou-se em seguida.

Para o tresloucado acto o empreiteiro montijense, que esteve imigrado em França, tinha dito num restaurante, que frequentava assiduamente, que “a nossa solução está na França dos anos 70”, acrescentando que lá, nos anos de crise, os construtores “ matavam-se quando os bancos lhes levavam os bens”.

Segundo testemunhas o empreiteiro nunca foi levado a sério porque era “um cliente tranquilo, reservado e calmo”.

Segundo declarações dos empregados, apesar das enormes dívidas com que se debatia, o construtor “sempre pagou a horas. Só este mês é que se atrasou um dia nos ordenados e parecia envergonhado”, para acrescentarem que “como patrão não havia melhor e conseguiu nunca despedir ninguém”.
Resta acrescentar que Adelino andava a tomar medicamentos para atenuar a depressão provocada pelas dívidas à banca.

Não sou especialista na matéria para encontrar as possíveis causas para tão tresloucado acto.
Mas, casos de desespero perante dívidas à banca, que resultarão no arrasto de bens dos faltosos, está a suceder amiúdas vezes.
Há pouco tempo foi um cidadão que se bloqueou nas instalações bancárias onde possuía dívidas. Também, não há muito tempo, um outro, em Setúbal, fez uma tentativa de assalto ao banco onde devia dinheiro.
Desta vez, foi o assassinato de toda a família seguindo-se de suicídio.

Loucura, desespero? Não sei…
O que pode levar um homem, ou mulher, a cometer tais actos de desespero perante dívidas com as respectivas consequências?
Vergonha, medo de ter de viver sem os bens porque lutou ?
Não sei…
Só sei que, casos como este, começaram a parecer amiúdas vezes.
È preocupante! E merece uma séria reflexão.

Não pretendo ser saudosista, mas as dívidas e o arrasto de bens sempre existiu em Portugal. Contudo, no chamado “tempo da outra senhora”, como a Constituição se baseava na Família, - a Constituição e o regime –, todos estes tipos de casos tinham de levar em linha de conta que, quer a banca ou quer quem o fosse – o próprio Estado, por exemplo –, não podiam mexer em nada que fosse o sustento da família ou nos bens necessários à sua sobrevivência.
O arrasto de bens levava a discussões em Tribunal que, normalmente, se estendiam por anos. Era a letra da Constituição muitas vezes contra os interesses das entidades financiadores e, até, do próprio Estado.
Outros tempos. Outras vontades…
Mas a Família – essa - tinha de estar assegurada.
Com isto, não estou a defender – nem defendo ! – o andar para trás. Só pretendo andar para a frente, recolhendo os ensinamentos do passado, analisar o presente e perspectivar o futuro.
Manuel Abrantes

Comentários:
No acto, a Honra da Família!!!
Mas..., não, não devia de ser a Família no acto!!!
Família. é sempre Família.
 
CARO AMIGO

ESTA É UMA DAS GRANDES DIFERENÇAS DO ANTES/DEPOIS.

MAS NESSA ALTURA HAVIA UM DESCANSO PARA OS PORTUGUESES...NÃO HAVIA TANTOS "AVENTAIS"

UM ABRAÇO

"SEMPALAVRAS"
 
Absolutamente de acordo. O pior é os sinais crescerem, os do desespero, perante tanta
 
Concordo com a sua posição.
Os valores da Família estão em nítido retrocesso.
De resto, parece estratégia deste governo arruinar por completo a Família, minando-a com:

1.leis cada vez mais facilitadoras do divórcio;
2.equiparação legal da união de facto ao casamento;
3.incentivação das uniões entre "gays", perspectivando-se a curto prazo a sua protecção legal, sob qualquer forma, maxime, contrato de "casamento".
4.ausência de disciplina nas escolas e estabelecimentos de ensino, gerando confusão nos jovens que navegam em mares de confusão sobre o que é certo e o que é errado;
5.tentativa de controlo da educação por parte do Estado (?!), de forma a subtrair aos pais a educação dos filhos, para que o Estado (?!) instile nas crianças as ideologias que entender (a este propósito recorde-se a educação na China de Mao e no regime da ex-União Soviética).

E poder-se-ia ir por aí adiante...

Os sinais são mais que muitos - só há que estar-se atento, para não nos deixarmos aprisionar nas teias destes novos ditadores, que são ainda piores, porque não têm valores, nem princípios, nem moral.

M.Trigueiros
 
Um bocadinho de estudo da história do Direito em Portugal não fazia mal a ninguém.

A protecção legal da família no fascismo nunca passou de um slogan facilmente desmontável com a simples observação das relações sociais e laborais estabelecidas na época.

Só quem não viveu esses tempos ou quem os viveu comodamente no seio de certas famílias poderá afirmar que nunca sentiu o peso da fome, da pobreza, da miséria.
E nos momentos mais difíceis compreendia-se muito bem de que famílias falava o regime quando dizia que as protegia.

O fascismo foi a expressão máxima daquilo que é um regime anti-nacional, anti-patriótico.
O fascismo (para lá das palavras) esteve sempre contra os interesses de Portugal e ao serviço de um bando de mafiosos endinheirados e enfeudados ao capital estrangeiro.
O fascismo (para lá das palavras) esteve sempre contra as famílias portuguesas, votando-as à miséria, ao analfabetismo, à exploração e opressão, à guerra e à ignorância, mas ao serviço de 3 ou 4 famílias, essas sim sustento do próprio regime.
O fascismo (para lá das palavras) esteve sempre contra Deus (em que dizia acreditar) um regime sem ética nem moral, um regime assassino, mas esteve sempre com a Igreja e a sua hierarquia, esteve com o Cerejeira e quejandos, esteve com os caciques de batina que por todo o País espalhavam a cultura do medo e um Deus de ódio.

Hoje, o fascismo surge como um travesti, chamam-lhe nacionalismo, falam em Deus, Pátria e Família, tem saudades do passado, tentam reciclar os escombros do pensamento fascista, mas tem medo de se assumir abertamente como tal.

Mas os portugueses, aqueles que amam verdadeiramente a sua Pátria, aqueles que não estão ao serviço de meia dúzia de burgueses em busca de proteccionismo, aqueles que defendem o povo português não permitirão que os falsos moralistas, os pseudo-salvadores da pátria voltem a ter poder para impor aos outros os seus medos e fobias.

A Liberdade não se troca e os Povos já derrotaram o nazi-fascismo uma vez, voltarão a derrotar todas as vezes que forem necessárias, venha ele sob a capa de nacionalismo, patriotismo, humanismo, o que for.
 
Sr Duarte
O meu amigo enganou-se no blogue.
Que eu saiba, aqui, não se defende fascismos ou outros ismos.
Não concordando com o que o meu amigo escreveu não deixo de respeitar as suas idéias.
São as suas.
 
Então não de defende o nacionalismo? Não é um ismo?
O que disse o senhor duarte acenta que nem uma luva ao Abrantes, ao seu blogue, e a muitos mais de laia idêntica.
 
O senhor (a) percebeu perfeitamente o que eu quis dizer com os "ismos".
Não se faça de despercebido.
 
Algumas cavalgaduras vermelhas não gostam mas não largam isto.
Aqui andam todos os dias á procura de um buraco para criticar.
 
Sr anonimo.
Neste blogue cabem todas as ideias.
Ninguém é obrigado a concordar com outro alguém.
No meu caso pessoal, só respondo aos comentários quando as ideias expostas têm conteúdo.
Às provocações, mesmo que exprimam algumas ideias, não respondo.
As ideias discutem-se na mesma base. Por isso, não posso – nem devo - responder a quem coloca comentários provocatórios.
Tenho todo o prazer de responder quando as opiniões são colocadas sem provocação.
 
É mesmo necessário andar para a frente porque para trás, andamos nós a andar há 40 anos. Neste caso, a falta de protecção da família perante a banca, é mesmo necessário andar para a frente para chegarmos à posição inicial

Francisco Múrias
 
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