sábado, agosto 30, 2008




O NEGÓCIO DOS LIVROS ESCOLARES


A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros anunciou que mais de 95 por cento dos livros escolares já estão nas livrarias e a "preços controlados".
A Comissão do Livro Escolar da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros adianta, também que, a mais de duas semanas da abertura oficial do ano lectivo 2008/2009, está assegurado o "devido abastecimento de livros escolares" em todo o país.

A Comissão do Livro Escolar salienta o facto de "em poucos meses" os editores terem que produzir e distribuir todos os livros que serão utilizados por mais de um milhão e meio de alunos do 1.º ao 12.º ano.

De acordo com os editores e livreiros, o preço dos livros escolares não reflecte o "enorme aumento" verificado nos custos de produção editorial, causado por vários factores, nomeadamente a subida do preço dos combustíveis


E TUDO O VENTO LEVOU…


Parece, esta, uma boa notícia. E, no fundo, é!
Contudo, podemos retirar daqui uma ilação: são os editores livreiros que detêm a “faca e o queijo na mão” nesta questão dos livros escolares.
Está nas mãos deles o abastecimento dos livros e o seu preço.
È certo que reúnem com o governo em matéria de preços. Contudo, nada transpira para a opinião pública sobre estas negociações. Fica tudo dentro dos gabinetes e no “segredo dos deuses”.
Quem detém o poder sobre a matéria são os editores e livreiros que vão mudando de livros consoante as suas necessidades comerciais. É tudo um jogo de números (euros).


Na “tenebrosa noite negra do fascismo” – só esta última palavra me arrepia – os livros escolares eram todos iguais do Minho a Timor. Eram todos iguais e só se alterava de livros quando se justificasse. Normalmente, os livros só eram alterados, de tempos a tempos, com ligeiras alterações ou novas edições.
Isto permita a compra de livros em segunda-mão a todos os estudantes. E, como eram todos iguais do Minho a Timor, esta “troca” fazia-se com facilidade.
Um aluno com dificuldades financeiras podia comprar qualquer livro a outro que tinha mudado de ano e, este, com a venda dos livros antigos, adquiria dinheiro para a compra dos que necessitava para o ano corrente.

Claro que isto era “mercado paralelo”. Pois era!
Mas era aceite e compreendido pelo próprio Governo. Aliás: era calculado, propositadamente, para produzir este mesmo efeito.

Com a “branca madrugada libertadora”, os editores e livreiros, que eram gente da intelectualidade e, normalmente, contrários (só podiam…) ao regime vigente, deram logo a volta a isto.

Só podiam…
Manuel Abrantes

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