quinta-feira, novembro 27, 2008


HISTÓRIAS DO 25 DE NOVEMBRO 1975




Em entrevista, Pires Veloso, general reformado, dissecou sobre os acontecimentos do 25 de Novembro de 1975.
Foi comandante da Região Militar do Norte (RMN) em 1975 e teve um papel fundamental na contenção do PREC [Processo Revolucionário em Curso]. Chamaram-lhe na altura "Vice-Rei do Norte".

Para Pires Veloso o 25 de Novembro era necessário para repor os ideais do 25 de Abril.
“Quando assumi o comando da RMN, a indisciplina era total. O general [Carlos] Fabião [chefe do Estado- -Maior do Exército em 1975] disse- -me: "Não sei se conseguirá entrar no quartel-general [do Porto], as pessoas não deixam." Respondi-lhe: "Se os portões estiverem fechados, aterro de helicóptero na parada." Mas não foi preciso.
O “velho” general acrescenta também:
“Assistia-se ao esboroar das Forças Armadas. Era horrível. O País esteve à beira da guerra civil. Na noite de 25 de Novembro, centenas de membros do PCP estiveram em vários pontos de Lisboa à espera de armas. Não chegaram a recebê-las porque o Álvaro Cunhal mandou desmobilizá-los após uma conversa com o presidente da República Costa Gomes. Ele avisou-o de que iria perder, até porque eu tinha dois mil homens disciplinados, prontos a intervir. A Força Aérea estava contra o PCP. E o Regimento de Comandos, de Jaime Neves, também.”


O general Pires Veloso não deixa de ter razão. Só que se “esqueceu” de uma “pequena” coisa.
Não foi por vontade do Dr Cunhal que as hostes comunistas se desmobilizaram. Foi por negociação entre os embaixadores em Portugal Frank Carlluci dos Estados Unidos e Kalinine da, então, União Soviética.

Para os soviéticos um Portugal-Socialista, debaixo da alçada do império comunista, era mais uma enorme dor de cabeça.
Moçambique e especialmente Angola eram, para a URSS, muito mais apetecíveis.
Os soviéticos nunca tiveram grande interesse que Portugal entrasse para a linha comunistas. Era, e é, um País membro da NATO, da qual foi fundador.
Pela nossa posição geo-estratégia - onde se inclui a base da Lajes, nos Açores – Portugal era fundamental para os Estados Unidos na chamada “guerra fria”.
Os soviéticos sabiam disso.
Era o estoirar de uma castanha quente nas mãos do império comunista.

Angola era-lhe muito mais apetecível. Em 1975 as forças do MPLA de Agostinho Neto estavam encurraladas. Não foi por acaso que após o 25 de Novembro de 1975 os mercenários sul-africanos desmobilizaram e a UNITA de Jonas Savimbe começou a perder os apoios.

Em política nada é por acaso…
Como também não é por acaso que não se discute o golpe e contra-golpe do 25 de Novembro.
Pois…
Manuel Abrantes

Comentários:
Sim, de facto os sulafricanos tinham Angola nas mãos, e estavam~´as prtas de Luanda. O control total ´de Angola por parte da África do Sul era iminente e inivitável, mas de repente e para surpreza de todos nós, (eu vivia na África do Sul nessa altura)os Sulafricanos retiraramas suas tropas e então já sabemos porquê.

Entre Portugal e Angola, Angola era mais apetecível para a então Uniao Soviética,embora osonhode Cunhalfosse transformar Portugal num satélite da Uniõ sociética, pois ele era de longe muito mais russo, do que Portugues, mas isso nãoera aceitável nem para os EUA nem para a visinha Espanha, e então entre uma e outra, os soviéticos contentaram-se comAngola onde ainda hoje estão milhares deles, junto com milhares de Cubanos que por lá vivem e onde se encontram.
 
Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]





<< Página inicial

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Subscrever Mensagens [Atom]