segunda-feira, novembro 03, 2008


A NACIONALIZAÇÃO DO BPN


O Governo viu-se obrigado a propor à Assembleia da República a nacionalização do Banco BPN. O Governo tomou esta decisão tendo em vista assegurar aos depositantes que os seus depósitos estão “perfeitamente seguros”, declarou Teixeira dos Santos.
Teixeira dos Santos, adiantou que o BPN será a partir de hoje (segunda-feira) acompanhado no seu funcionamento por dois administradores da Caixa Geral de Depósitos e que a gestão do BPN será entregue a este banco, encarregue de «gerir e apresentar um plano de desenvolvimento”

700 milhões de euros são as perdas acumuladas pelo BPN e que o Estado terá de repor para evitar a falência do banco.
Destes 700 milhões de prejuízo, 360 milhões são fruto de operações com o Banco Insular de Cabo Verde.
Para Teixeira dos Santos estas operações com o banco africano deram “indícios de ilicitude e ilegalidade e que foram comunicadas à Procuradoria-Geral da República, que iniciou a investigação”.

Desta acção do Governo podemos retirar algumas ilações.
Em primeiro lugar esta atitude do Governo está correcta e é a melhor solução para assegurar o dinheiro dos depositantes. Está correcta, porque deixar um banco ir à falência provocaria o pânico geral nos depositantes quer do próprio banco quer de todos os outros. Levantamentos em massa arrastariam toda a banca portuguesa para a rotura total. E a rotura total na banca, numa economia como a nossa, era o princípio de uma banca rota e o descalabro total.
Nós já vivemos essa situação nos anos vinte. Só que tivemos a sorte em ter um Professor-Doutor António de Oliveira Salazar que veio levantar, economicamente, o País.

Voltemos à nacionalização do BPN
Os 700 milhões de euros que o Governo terá de repor nas finanças do BPN saem do erário público. Ou seja : iremos ser todos nós a pagar.
Em primeiro lugar se existem indícios de “ilicitude e ilegalidade” devem ser averiguados com rapidez e constituir como arguido, desde já, o principal responsável desse banco.
Em segundo lugar, penso que apenas dois administradores da Caixa Geral de Depósitos destacados para o BPN não são o suficiente para levantar o banco nem, sequer, como ajuda nas averiguações.
Em terceiro lugar só espero que a actual administração do BPN – responsável pela rotura financeira do banco – seja responsabilizada .
Por ùltimo
Como se prevê, este banco, mais cedo ou mais tarde, será vendido a outros bancos.
Só espero que o erário publico reveja os 700 milhões agora investido e com juros.
Que não seja mais um negócio de desnacionalização com prejuízo para o Estado e altos lucros para o investimento privado.

Coloco esta questão na nacionalização do BPN como coloco a mesma questão nos 4 mil milhões de euros que vão ser injectados nas restantes instituições bancária.
Nesta injecção de capital público só não compreendo a razão porque o Estado, depois de ter injectado o dinheiro dos cidadãos na banca, não tem direito de voto nas decisões dos bancos que recorrerem a ele.
Esta, eu não consigo compreender.
Se o Estado injecta capital, não tem o direito de participar na sua gestão ?
Se não tem, então qual é o juro que a banca, que a ele recorrer, irá pagar por isso ?
Poderão dizer que o Estado dará apenas o aval na liquidez desses bancos. Está bem! Mas não há juros nisso? A banca não cobra, também, juros quando um seu depositante pede uma garantia bancária ?
Se isto não acontecer, então, a possível falta de liquidez na banca torna-se num grande negócio para essa mesma banca.
Para quem não é negócio é para os que têm de sustentar o erário público com as suas contribuições.
Não será uma verdade o que acabei de dizer ?
Manuel Abrantes

Comentários:
Caro Sr. Abrantes:
A sua pergunta e pertinente.
Alias ha milhoes de pessoas a fazerem perguntas identicas a sua.
Se os Governos injectam capital nos bancos --em vez de deixar que o tal tao maravilhoso "Free Market" siga o seu curso logico e corrija a situacao levando as instuicoes que prevaricaram a FALENCIA --nao tera entao o direito de alterar certas situacoes pouco claras e logicas e participar na gestao dos mesmo?
As respostas ate hoje dadas pelos Governos Democraticos Ocidentais e que... NAO !
A fazer isso teriamos implicitamente de aceitar que o Socialismo seria uma melhor forma de gerir o sector financeiro !
Ainda nao ha muito tempo aqui mencionei o facto de que nao acredito que esta crise resulte em algo de positivo, algo de alteracao profunda do modo de trabalhar de certas entidade privadas. Sao os grandes capitalistas que mandam nos Governos portanto nao se espere muito deles em temros de "punir" quem prevaricou..
Os Governos apenas entraram em cena para os "safar" da alhada onde a GANANCIA , a incompetencia e a estupidez conduzio os gestores , os acionistas e os investidores.
Nunca poderiam estes governos fazer algo diferente pois os "medicos" que estao hoje tentando curar o "doente" vieram do sector fianceiro em questao e para la voltarao qundo sairem das posicoes que tem nos Governos. E serao principescamente recompensados, nao tenhais qualquer duvida!
Como dizem os Americanos... "The Hell with the "Free Market" Bull Shit !".
E so para consumo das massas pois que quando as coisas dao para o torto a "teta" Estatal, o Socialismo e que e bom!
Renato Nunes
Carolina do Sul, EUA
 
Renato Nunes
A minha grande dúvida é se não estamos a Nacionalizar as dívidas e a desnacionalizar os lucros.
MA
 
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