segunda-feira, março 30, 2009


A QUESTÃO DO PERSERVATIVO

A Igreja Católica entrou num beco sem saída com a questão do uso do preservativo.
Depois de Bento XVI ter dito, a caminho de África, que o uso do preservativo não resolve e, pior do que isso, “agrava o problema da sida”, o bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, escreveu no passado dia 22 que 'em certas situações, como quando uma pessoa infectada não prescinde das relações, há obrigação moral de prevenção e o uso do preservativo é aconselhável e até eticamente obrigatório”.

Como o leitor(a) sabe sou Católico e nunca escondi – antes pelo contrário – a minha confissão religiosa.
Sobre as declarações de Bento XVI e do Bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, só tenho uma coisa a acrescentar : - Ambos têm razão!!!

O uso do preservativo, e a sua divulgação, não diminuiu a proliferação da SIDA . Os dados oficiais apontam para um crescimento galopante, especialmente, nos países africanos.
O preservativo não resolve o problema .
O problema reside na promiscuidade sexual reinante.
Quando a sociedade aconselha e divulga a libertinagem do amor livre e sem preocupações está a causar isso mesmo: libertinagem sexual.
Não sou contra o amor praticado entre homem e mulher como forma de prazer na sequência do amor mutuo. Não sou daqueles que defendem que o acto sexual se resume a dar frutos de descendência.
O acto sexual também é prazer e o homem e a mulher sabem disso.
O acto sexual deve ser AMOR e praticado como tal.
È esta a diferença entro o AMOR e a libertinagem sexual.

È isto que deveria ter sido difundido, especialmente às camadas mais jovens. Mas não! Foi, precisamente, o contrário.
E, agora, temos as consequências disso. E não é o preservativo que as irá resolver. Mas também não é com essa da “abstinência”. Já não se consegue mudar mentalidades e formas de convivência social.
È por isso que escrevi, em cima, que a Igreja Católica entrou num beco sem saída.
Sobre este assunto já nem os jovens que frequentam os lugares Sagrados, a Igreja Católica consegue convencer. È que os jovens podem frequentar a Igreja, mas estão inseridos na sociedade.
Mantenhamos o espírito da Família e da Moral que este assunto tem um caminho de saída. È na Família e no Respeito que se educam as gerações.
Eu tenho 57 anos e sempre conheci o preservativo como forma de protecção em actos sexuais. Nunca fui contra nem a favor.
-Quem quiser que o use!
Manuel Abrantes

Comentários:
Este comentário foi removido pelo autor.
 
Manuel Abrantes
Vais ser excomungado
 
Posso. Sr(a) anonimo.
Posso ser excomungado de todos os lados.
MAS JAMAIS O SEREI DA MINHA FÉ EM DEUS.
Manuel Abrantes
 
A IGREJA NAO DEIXA DE TER RAZAO AO AFIRMAR QUE O USO DO PERSERVATIVO NAO VAI REDUZIR O NUMERO DE CASOS DA SIDA. EMBORA A IGREJA ESTEJA "DESAJUSTADA" EM MUITA COISA EM RELACAO AS PRATICAS CORRENTES EM SOCIEDADES CADA VEZ MAIS SECULARES, A POSICAO DA IGREJA TEM DE SER AQUELA QUE TEM OU DEIXARIA TER AUTORIDADE MORAL.
O PROBLEMA DA AFRICA ( E DE OUTROS LOCAIS ONDE A SIDA PROGRIDE ASSUSTADORAMENTE ) E A PROMISCUIODADE ENTRE HETEROSEXUAIS E A HOMOSEXUALIDADE.
COMPORTAM-SE COMO ANIMAIS, SEM QUALQUER AUTO-CONTROLE, E DEPOIS SOFREM AS CONSEQUENCIAS !
NAO DIGO ISTO COMO ACTO DE VINGACAO MAS QUEM ADQUIRE A SIDA GERALMENTE ESTA PAGANDO POR ACTOS MENOS INTELIGENTES QUE COMETEU.
SO QUE DEPOIS AOS OUTROS QUE SE PORTAM SENSATAMENTE E-LHES PEDIDO QUE AJUDEM A PAGAR OS CUSTOS GERADOS PELOS INSENSATOS.
NAO ESTA CERTO !
RENATO NUNES
 
Há dias num café bem conhecido aqui do Porto. nuna zona nobre, esperava por um amigo e houvi a seguinte conversa de um grupo de moças que deviam ter mais ao menos uns 16 a 17 anos: Elas comentãvam sobre uma outra, em termos muito depreciativos, pois era muito marrona, e pelo que me apercebi era a melhor aluna lá da aula. E de repente uma delas dizia: E voces não sabem a tipa ainda é virgem, pelo que foi uma rizada geral e uma galhofada.

Antes quando uma moça perdia a virgindade, era uma tragédia, hoje se não perde a virgindade é uma tragédia.

Os valores morais mudaram, o sexo está de tal maneira balizado que se faz de qualquer maneira.

Muitas vezes ouço falar em "fazer amor", mas o amor não se faz, o amor é um sentimento.

Tenho dois filhos uma com 34 anos e o rapaz com menos dez só tem 24 anos e sofri durante a adolescencia dele, porque andava sempre com medo,o que não aconteceu com a miuda 10 anos antes.

Felizmente eduquei os meus filhos a saberem temer a Deus, e eles sabem o que é o bem e o mal,mas que vivemos numa autentica libertinagem e promiscuidade, la isso vivemos.

Quanto ao uso do perservativo, muitos ha que apanham na mesma a doença, ou porque rebentam ou sabe-se lá porquê.

Outros apregoam a abstinência até ao casamento, o que é possível pois estã provado que o sexo não é uma necessidade básica, como o beber, o comer, o dormir etc....mas na sociedade em que vivemos é impossível e se o perservaivo ajudar, então que o usem.............

Pelo menos se panaharem a doença, não ficam com remorsos a pensar toda a vida porque é que não o usaram...............



PNP

www.p-n-p.formeiros.com
 
http://emdefesadelefebvre.blogspot.com/

Carta do padre Nuno Serras Pereira ao bispo de Viseu

Excelência Reverendíssima

Saudações de Paz e Bem

1. S. Tomás de Aquino (Summa contra gentiles III, c. 122) considera que quem fornica, isto é, quem tem trato carnal com pessoa de sexo diferente sem com ela estar casado, pode cometer dois tipos de males – o menor de entre eles, embora grave ou mortal, é o de que esse acto se opõe ao bem da vida da criança que pode resultar desse acto; o segundo, ainda mais grave, é o de recorrendo à contracepção impedir a geração da criança.

2. As Sagradas Escrituras, a Tradição da Igreja e o seu Magistério sempre ensinaram que só é lícita (que só é moralmente boa) a relação sexual entre um homem e uma mulher casados, em que o sémen do marido é ejaculado na matriz feminina, e da qual está ausente qualquer tipo de contracepção.

3. Às pessoas homossexuais ou às pessoas promíscuas infectadas com hiv/sida a Igreja não tem que dizer-lhes que não usem o preservativo, mas não pode de modo nenhum aconselhá-las a que o usem, já que isso representaria uma cooperação formal com o mal intrínseco que elas cometem. A missão da Igreja é a de chamar essas pessoas à conversão e a uma vida de santidade. Claro que a Igreja deverá alertar toda a gente para o cumprimento de todos os mandamentos. Desse modo as pessoas infeccionadas com enfermidades de tipo mortal têm de compreender que ao exercerem determinado tipo de actos poderão estar a transgredir não só o sexto mandamento mas também o quinto. E que a transgressão de dois mandamentos é mais grave ainda do que a de um só.

Sem outro assunto pede-lhe a sua bênção

Servo mísero e inútil

Nuno Serras Pereira, ofm
 
A missiva do padre Nuno Serras Pereira está cheia de fundamentos cristãos.
Defendamos os fundamentos, mas nunca os fundamentalismos.
Um “pastor” para guardar o seu rebanho tem de o conhecer e, acima de tudo, de conhecer as pastagens.
Não tiro razão ao padre Nuno Serras Pereira, como também não a tiro ao Bispo de Viseu.
A FÈ não nos deve fechar os olhos. A FÈ , no seu cerne, serve-nos para os abrir.
Devemos a FÈ em DEUS como um Dom e nunca como uma crença.
A FÈ em DEUS é algo espiritual. Por isso, cabe a cada um de nós a molda-la no melhor caminho até ELE.
É algo, somente, entre o ser humano e DEUS.
Manuel Abrantes
 
A POSIÇÃO da Igreja Católica relativamente ao preservativo tem dado pano para mangas.

O PROBLEMA de muitas opiniões que se exprimem sobre a Igreja Católica – e sobre o Papa, como seu máximo representante – é que algumas pessoas que não são católicas nem sequer cristãs queriam que o Papa dissesse o que elas pensam. No fundo, para essas pessoas, a Igreja deveria abdicar da sua doutrina e das suas convicções – para defender as posições dos não-_-católicos, daqueles que professam outras ideologias ou partilham outras ideias. Ora isto é obviamente um absurdo.

À Igreja compete defender as suas posições e a sua doutrina – e não as dos seus inimigos. E não pode transigir constantemente, sob o risco de se descaracterizar. Não pode seguir a moda. Não pode estar sempre de acordo com o ar do tempo. Por vezes, o seu papel é mesmo o contrário: é combater as ideias em voga.


E NISTO a Igreja distingue-se claramente do Estado. O Estado – os vários Estados nacionais – tem muitas vezes de se adaptar às circunstâncias, de transigir, de pôr em prática políticas duvidosas do ponto de vista dos princípios.

É o caso do aborto, da distribuição de seringas ou das salas de chuto. Ninguém pode dizer que abortar é bom; ou que é bom as pessoas drogarem-se. Os Governos fazem estas concessões em nome do pragmatismo. Embora discordando naturalmente do aborto ou do consumo de drogas, acham que, não conseguindo evitá-los, é preferível criar condições para que se façam da melhor forma possível. É aquilo a que tenho chamado as ‘políticas de capitulação’. Ou seja, a abdicação dos princípios em nome do ‘mal menor’.


ORA é evidente que a Igreja não pode seguir este caminho. Não pode enveredar pelo caminho do pragmatismo sem princípios. Não pode dizer: façam abortos com segurança, ou droguem-se com segurança. A Igreja tem de dizer: não façam abortos, não se droguem.

E o mesmo vale para os preservativos. A Igreja não pode dizer: tenham relações sexuais à vontade, mas façam-no com preservativo para não contraírem doenças. A Igreja tem de dizer: a relação sexual deve ser responsável, deve ter lugar no casamento, a promiscuidade sexual é má – e, por isso, tudo o que facilite essa promiscuidade é condenável.

A Igreja Católica não pode abandonar esta trincheira. Se o fizesse, se começasse a recuar na doutrina, arriscava-se qualquer dia a não ter razão de existir.


AQUELES que atacam o Papa tentando menorizá-lo, como se estivessem num plano superior, não percebem o ridículo em que caem. O Papa – nenhum Papa – diz o que diz por desconhecimento da realidade ou por descuido. Ou, ainda menos, por maldade ou indiferença perante os dramas humanos. Poucas organizações como a Igreja são tão sábias, têm tanta experiência acumulada.

A Igreja não diz o que diz por ignorância ou por lapso – mas porque lhe compete defender uma doutrina. Uma doutrina que não é de hoje nem de ontem, que tem dois mil anos, e que os católicos pretendem que dure para sempre.


E NÃO DEIXA de ser verdade que a sida, como outras doenças que têm flagelado a Humanidade, só pode combater-se com uma mudança de hábitos, com uma mudança de práticas, com alterações culturais. Com uma reforma de mentalidades. Com uma atitude mais responsável em relação à vida, menos hedonista, em que o prazer e o dever se articulem de uma forma mais equilibrada.

Não é preciso ter relações sexuais só para procriar; mas também não é preciso comportarmo-nos como animais, deixando que o instinto prevaleça sobre todos os outros valores.

O preservativo pode ser hoje um paliativo, uma solução de recurso – mas não é ‘a solução’. A Humanidade não o pode ver como a solução para a sida. Ora, ao falar do preservativo como fala, a Igreja chama a atenção para isso: recusa-se a aceitar a promiscuidade e o facilitismo, põe a tónica nos valores e na responsabilidade do ser humano.

Só não percebe isto quem não quer.


OS COMUNISTAS gostariam que a Igreja defendesse as suas ideias. Os socialistas gostariam que a Igreja defendesse as suas ideias. Os libertários gostariam que a Igreja defendesse as suas ideias. Mas o que a Igreja tem de defender é a sua doutrina – e não as ideias dos outros. Se não constituísse uma voz diferente, para que serviria a Igreja? Se não fosse um contraponto, um referencial de certos valores e princípios, para que serviria a Igreja?

E se a doutrina da Igreja é contra a promiscuidade sexual, se é favorável a outro conceito de relação sexual associada ao amor e à fidelidade, não pode defender o preservativo ou as seringas – que têm que ver com outras práticas e com outra visão do mundo e das relações humanas.

A Igreja não pode dizer: usem o preservativo, porque essa é a forma de poderem ter relações sexuais sem risco. Como não pode dizer: usem seringas novas, porque essa é a forma de poderem injectar-se sem se infectarem.


OS ESTADOS, os Governos, aos quais compete gerir o quotidiano, podem defender tapa-buracos, soluções transitórias, de recurso. Mas esse não pode ser o papel da Igreja. A Igreja tem de olhar para mais longe. Tem de defender e preservar uma doutrina assente em ideais e comportamentos que não valem só para hoje ou para ontem. Ideais e comportamentos que não podem mudar, como as leis, ao sabor das circunstâncias.

José António Saraiva
 
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